17 de jun. de 2012

"Apocalyptic Love" - Slash (2012)


Comecemos do começo então, em um tempo não muito distante... em 2010, Slash lançou seu primeiro trabalho solo (favor não confundir Slash's Snakepit  e Slash solo... são diferentes e AMBOS MUITO bons). 



A idéia inicial da bolacha foi reunir vários vocalistas diferentes, em um "projeto" (que é o que pareceu para quem ouviu o disco), aliás, desde sua concepção percebia-se isso, já que era a guitarra do "cartoludo" com vários vocalistas diferentes: Alice Cooper, Chris Cornel (Soundgarden/Audioslave), Ozzy Osbourne, Lemmy (Motorhead), Andrew Stockdale (Wolfmother), Kid Rock, M. Shadows (Avenged Sevenfold), Iggy Pop, Adam Levine (Maroon 5), Ian Astbury (The Cult) e a talentosa Fergie (Black Eyed Peas, SIM!). Além de seus antigos companheiros do Guns N' Roses:  Duff, Izzy Stradlin, Steven Adler, e participações especiais de Flea e Dave Grohl.


 
"By The Sword" com Andrew Stockdale.

O disco começou a vender bem, e a mais do que esperada turnê aconteceria... bom... com uma constelação dessas, impossível adequar a agenda para turnê mundial... foi aí que o Sr. Saul Hudson percebeu que um dos vocalistas (não citado no parágrafo anterior, propositalmente), era MUITO capaz de fazer parte da turnê. O Sr. Myles Kennedy (vocalista da banda dos ex-integrantes do Creed, o Alter Bridge).

Slash participando de Show do Alter Bridge, banda de Myles Kennedy

Para completar a cozinha para a turnê mundial, Slash chamou Bobby Schneck (guitarra rítmica), Todd Kerns (baixo, backing vocals) e Brent Fitz (bateria). E tal grupo de músicos ficou conhecido como "The Conspirators" (Ou auto intitularam-se).  E nessa turnê, foi gravado um DVD ao vivo "Slash: Made In Stoke". Stoke-On-Trent, cidade natal inglesa, berço do Slash, SIM ele é inglês.

 "Back From Cali", do DVD Made In Stoke, do ano passado.

Enfim, O Amor Apocalíptico


Apocalyptic Love foi concebido durante as 7 turnês que álbum debult proporcionou. E foi durante elas que Myles e Slash começaram a compor. Ao que parece, de início, algo mais despojado, mas que tomou forma, tanto é que o guitarrista inglês comentava sobre músicas novas de um novo álbum solo dele, ainda em 2010 (juntamente com o Myles nos vocais).

O disco começa já com um "WAH WAH" característico de Slash. A música título (sim, "Apocalyptic Love") tem um riff bem direto, e um refrão grudento... além dos backvocals do Todd Kerns bem colocados. A musica alterna uma parte mais agressiva, com algo mais leve. Acho que condiz com as duas palavras do título.

Em seguida, vem mais outro petardo, "One Last Thrill", rápida (tanto a parte rítmica, quanto vocal). Myles e Todd dividem o refrão, grudento por sinal.

"Standing The Sun" começa de forma diferente, o riff carregando a música... muito BOA! (Ao vivo funciona muito BEM!).

A próxima, é o primeiro single do disco, "You're A Lie", nela, tanto Myles quanto Slash dão um show a parte, seja o vocal com partes graves e agudas, e o cartoludo com mais um riff memorável. Nesse disco, Slash parece que guardou bastante coisa, e soltou duma vez. Os riffs são realmente grudentos. Além de um solo viciante. Acertaram em cheio no primeiro single.

"No More Heroes", tem uma batida de bateria inicial que lembra um clássico do Guns N' Roses... sim, Paradise City! Porém, quando entra aquele riff com sintetizador/pedal (podem me corrigir se eu tiver falando merda nesse aspecto técnico), nossa... mais um riff grudento, característico do Slash, ou seja, bem melódico, Queria não ser redundante, mas o refrão é grudento, e um show do vocal do Alter Bridge.

Continuando com músicas com nome de jogos, "Halo" chega com uma pegada a lá "Snakepit", Myles cantando em tons altos, e mais um riff com o selo "Slash de qualidade". Acredite, estamos na sexta música e o rítimo do disco não foi quebrado... ABSURDO!

Com um rítimo mais cadenceado, "We Will Roam" começa com uma intro de bateria e guitarra... a música chega aos poucos, e te conquista. Também... com Myles dando um show e um refrão que não vai sair da sua cabeça por um tempo... (to enjoando de repetir isso... dá um desconto aí Slash!).

... ainda bem que eu reclamei. "Anastasia" quebra a pegada inicial do álbum, com uma belíssima intro de violão.

Mas peraí... entra um riff... melódico, com notas altas, e parecido com o que o Slash faz. Sim, o riff lembra Sweet Child O' Mine (pelo menos, o inicial). Outro puta petardo do disco, que FUNCIONA BEM DEMAIS ao vivo! ... continuando a ser redundante, Myles dá um show aqui.

Ufa... calma que tem mais. "Not For Me" quebra o rítimo alucinante do álbum, ótima balada, com uma intro de vocal grave... mostrando versatilidade do Sr. Kennedy no disco. O riff inicial lembra "Back And Forth Again" (It's Five O'Clock Somewhere, de 1995). Enfim, outro masterpiece.

"Bad Rain" chega com um refrão arrastado, cadenceada, vocal grave e refrão alto. Ótima!

Opa... esse riff rápido da próxima música me lembra de outro trabalho do Slash ... ah... é "Speed Parade"? (Ain't Life Grand, 2000)... mas não, é "Hard & Fast" fazendo você querer chutar tudo. 

"Far And Away" é a segunda balada do disco, típica do Cartoludo, direta, melódica, lenta, e mais um baita trampo do Myles. Lembra de longe "Back For The Moment" (Ain't Life Grand, do Snakepit).

Opa, encerrar o disco com uma balada?... Sendo que o disco quase todo é uma porrada?... Claro que não, "Shots Fired" chega pra encerrar o álbum do mesmo jeito que começou, pra cima, pesado... e outro baita trabalho do Slash + Myles (que dupla, hein?).
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Há uma versão deluxe, lançada para o iTunes, com 2 músicas bônus. "Carolina", na qual Slash utiliza talkbox... achei a música meio enjoativa. Tem quem goste. A outra música, "Crazy Life", lembra as bonus tracks do último disco do Slash's Snakepit, boa música, mas não acrescenta em nada.


Uma grata SURPRESA

Diante de todos os lançamentos para 2012, minha atenção não se focou muito nesse material do Sr. Cartoludo, porém, ouvindo os samples que saíram... comecei a melhorar o meu conceito para o disco. Então, quando pude ouví-lo todo, minha cabeça explodiu!

Slash conseguiu se superar, e explico o porquê. Depois de um bom primeiro disco solo, com vários vocalistas diferentes, o guitarrista preferiu lançar uma sequência TOTALMENTE diferente, e esse foi seu acerto. O disco soa como BANDA, não como PROJETO. O trabalho de composição do Myles Kennedy é LOUVÁVEL! (Ah sim, a guitarra base foi gravada por ele).

Não esperem um disco inovador, com trocentos arranjos diferentes. É um disco de hard rock, direto, bem produzido, bem feito, e que desce REDONDINHO! Sim, você consegue ouví-lo sem precisar pular nenhuma faixa! 

Mas, ao mesmo tempo que não é "inovador" para o estilo, mesmo mostrando um Slash, BEM CARACTERÌSTICO, tem toques MODERNOS, com pedais/samples diferentes, um pouco de alguma direção músical nova, usada no álbum anterior. Enfim, é o Slash, com elementos NOVOS/A MAIS.

Só posso dizer que estou ansioso por mais material desses dois, e que a parceria continue!


2 comentários:

Raphael disse...

Bom review! Boa banda! E que a parceria continue!

Gabriel disse...

Muito bom cara, a análise ficou completinha, bem descrita e esclarecedora.