Phil Anselmo – Vocal
Dimebag Darrell – Guitarra
Rex Brown – Baixo
Vinnie Paul – Bateria
Dimebag Darrell – Guitarra
Rex Brown – Baixo
Vinnie Paul – Bateria
O Contexto
No final dos anos 90 o Pantera
passava por um momento crucial em sua história, todos viviam de exagero: Rex
atolado no álcool, Phil perdido nas drogas e os irmãos Abbott gastando fortunas
em festas regadas a muitas bebidas, drogas e strippers. Gravar o nono e último álbum não foi
das tarefas mais fáceis, os integrantes não conseguiam dividir o mesmo ambiente
por muito tempo e o clima estava cada vez mais tenso.
No ano 2000 o mundo experimentava
o New Metal, estilo que segundo a mídia especializada ditaria o rumo do Metal
desse período em diante. No Brasil as rádios e a emissora MTV empurravam esse
som goela abaixo dos novos ouvintes, porém o Power Metal era o estilo em alta.
Era comum ver bandas alemãs e finlandesas com apresentações sold out, tendo que abrir noites extras
nas luxuosas casas de shows das capitais, para satisfazer o público fanático.
Entretanto o Pantera mesmo
vivenciando um período conturbado não abria mão de seu estilo. Enquanto os
californianos do Metallica tentavam fazer engrenar os experimentais “Load”,
“ReLoad” e posteriormente o “St. Anger”, os rapazes de Arlington seguiram fiel ao peso proposto
desde “Cowboys From Hell”.
As impressões do
passado
Após quatro discos com Terry Date
como produtor, os quatro integrantes (e Terry) concluíram que era hora do
quarteto andar sozinho. Vinnie Paul, que já havia sido co-produtor em “...Trendkill”,
dividiu essa função com o irmão Dimebag. Além disso, o estúdio pertencia aos
irmãos Abbott, ou seja, sem ter que gastar com produtor e estúdio, toda grana
dada pela gravadora tinha como objetivo exclusivo os exageros do quarteto.
A intenção era voltar ao estilo
de “Cowboys” e “Vulgar”, mas seria uma mudança muito radical, conseguiram então
soar pouco menos pesados do que álbum antecessor. Na produção Rex recebeu mais
volume em seu baixo, deixando a cozinha mais recheada. Tocar Thrash Metal com
apenas uma guitarra, para muitos é impossível nos momentos dos solos, mas para
o Pantera isso nunca foi problema nem em estúdio e muito menos ao vivo.
“Hellbound” poderia estar tranquilamente em CFH, era a prova de que
a banda estava nos trilhos, apesar das dificuldades pessoais. Mesclando uma
levada cadenciada com momentos mais rápidos era possível notar algumas das
várias faces dos vocais de Phill. A segunda faixa cravava em seus bridges: “Your
trust is in whiskey and weed and Black Sabbath, it's goddamn electric” e
depois “Your trust is in whiskey and weed
and Slayer, it's goddamn electric”. Reverenciavam e assumiam suas
influências em "Goddamn
Electric", além de contar com solo de Kerry King, do Slayer. Black
Sabbath sempre esteve óbvio nos riffs bem construídos por Dime. Por falar em
riffs, “Revolution Is My Name” é um
coletivo de riffs, que Tony Iommi assinaria embaixo com muito orgulho.
Dime estava no ápice de sua
técnica, os solos estavam mais criativos e elaborados, além de contar com o
apoio que Rex e Vinnie davam na retaguarda. Darrell deve ter encontrado em
alguma caixa perdida um pedal flanger. Utilizou-o na introdução da faixa de
abertura e apareceu novamente com esse efeito antes do solo de “Death Rattle”. Ah “Death Rattle”... a sexta faixa era a prova musical que o quarteto
do Texas tinha muita lenha para queimar ainda. Era tão boa – senão melhor – do
que muitas coisas que eles haviam feito nos outros quatro discos. Em “Yesterday Don't Mean Shit” e “It
Makes Them Disappear” acertaram em cheio, dando liga e deixando a obra
completa.
Como o álbum
envelheceu?
Pantera teve a trinca “nota 10” em sua discografia composta
por “Cowboys from Hell”, “Vulgar Display of Power” e “Far Beyond Driven”. Era
impossível manter esse nível por mais um ou dois discos. “The Great Southern
Trendkill” foi um ponto meio que fora da curva, mais cru e extremo, foi o álbum
de pior digestão por parte dos fãs. A banda entendeu o recado e conseguiu com
“Reiventing the Steel” reinventar seu próprio estilo. O título fala disso, da
busca nas raízes que os consagraram.
Com quase 15 anos de idade o nono
e último disco do quarteto soa mais coerente hoje em dia. O tempo ajudou os fãs
a entenderem o que foi proposto nessas dez faixas e guardaram com certo carinho
esse CD na prateleira, pois foi o último registro dos quatro rapazes juntos. A
história dessa banda que revolucionou não só o cenário do Metal, mas sim a
história da música mundial, foi freada por desavenças, drogas, álcool e por um
fanático imbecil que atirou e enterrou todas as possibilidades de uma reunião
posterior. O que viria como décimo álbum jamais saberemos, Dime era parte de
uma engrenagem perfeita. O fato é que “Reiventing the Steel”, clichês à parte,
fechou com chave de ouro a história de uma das maiores e mais pesadas bandas
que já pisaram nos palcos mundiais. Revolução era o nome deles.
Revolution Is My Name
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