Chegamos ao ano de 1998 e muitas coisas estavam acontecendo no front do Nevermore, Pat O'Brien pediu dispensa e foi recrutado para integrar o Cannibal Corpse, e a preparação para o próximo disco contou com a presença de Tim Calvert (ex-Forbidden), mais uma vez como um quinteto a turma de Seattle entrou em estúdio com Neil Kernon e deu inicio ao terceiro full leght da carreira.
Dreaming Neon Black (1999)
Capa Original |
Crescendo na cena underground o Nevermore já gerava expectativas a cada lançamento e os 3 anos que separaram Polictics Of Ecstasy de Dreaming Neon Black contribuíram para o amadurecimento da banda, desde a sonoridade até o conteúdo lírico do disco que é conceitual.
Com características mais soturnas e melancólicas o novo capitulo da história do Nevermore é menos progressivo e mais emocional, apesar que não encontramos estruturas simples, pelo contrário, é um dos discos mais difíceis de se assimilar da carreira deles.
A história contada é perturbadora, narra os tormentos de um homem rumo a loucura desde que sua amada desaparece após se envolver com uma seita, a partir daí ele culpa a tudo e a todos, inclusive a si mesmo, o que parece ficção aconteceu na vida do vocalista Warrel Dane (que dizia que sonhava com sua ex-namorada aparecendo afogada, que veio a ser inspiração para a capa do disco)
O tema pesado se reflete nas músicas,da fúria descontrolada de Beyond Within até momentos melancólicos e emocionais como a espetacular Dreaming Neon Black o disco é muito bem construído e o conceito se mistura com a parte musical de tal forma que é difícil destacar as músicas de forma separada.
Warel Dane soa muito com com interpretações exemplares, a dupla de guitarras com Jeff Loomis e Tim Calvert constrói arranjos excelentes e solos complexos, a cozinha formada por Jim Sheppard (Baixo) e Van Williams (Bateria) se destacam pela variação de ritmos e intensidade como na perturbadora Deconstrucition, que possuí um solo acústico de Loomis e um elétrico de Calvert que impressionam os ouvintes.
Capa Alternativa |
Em linhas gerais, Dreaming Neon Black é um grande passo evolutivo para o Nevermore, que passaria a integrar o time das promessas para a próxima década dentro do Heavy Metal.
Vale ressaltar que quando foi lançado no Brasil pela Rock Brigade Records* era rotulado como um disco de Power Metal (!?) talvez pela forma híbrida e original com a qual o Nevermore escrevia suas canções.
*A versão brasileira do disco saiu com a capa alternativa e com uma faixa bonus In Memory, que só saiu na contra capa do disco porque não tem a música gravada (pelo menos na minha versão)
Dreaming Neon Black
Track List
- Ophidian
- Beyond Within
- The Death Of Passion
- I Am The Dog
- Dreaming Neon Black
- Deconstruction
- The Fault Of The Flash
- The Lotus Eaters
- Poison Godmachine
- All Play Dead
- Cenotaph
- No More Will
- Forever
- Optmist Or Pesmist
A Banda
Warrel Dane (Vocais)
Jeff Loomis (Guitarra)
Jim Sheppard (Baixo)
Tim Calvert (Guitarra)
Van Williams (Bateria)
Dead Heart In A Dead World (2000)
Após a bem sucedida tour, o Nevermore começou a despontar no cenário mundial como um grande nome da nova safra do Heavy Metal, e quando se juntaram a Andy Sneap para gravar o sucessor de Dreaming Neon Black acabaram lançando um dos discos referências da nova década que estava se iniciando.
A sonoridade mais direta, maior experimentos com timbres e uma produção arrojada catapultaram o nome da banda. Para não me alongar muito e muito menos repetir informações, fiz o Test Time Review desse disco, confiram aqui!
Enemies Of Reality (2003) e o começo das tensões internas
Capa Original |
O bom momento da banda trouxe maior visualização e exposição, gerando espectativas para o sucessor de Dead Heart In a Dead World, Enemies Of Reality começou a ser idealizado em 2002 e pretendia manter o Nevermore com uma sonoridade mais direta.
Os problemas internos já apareciam e dizem as más línguas que o álcool foi um dos vilões para a harmonia da banda, somado a agenda lotada do produtor Andy Sneap gerou contratempos forçando o Nevermore a recorrer a outro profissional para assumir a coordenação e mixagem do novo trabalho.
Kelly Gray (ex- Queensrÿche) assumiu o posto, com músicas mais diretas, pesadas e raivosas (invariavelmente menos inspiradas) Enemies Of Reality nunca saiu da sombra dos 3 discos anteriores.
A qualidade do trabalho de Gray é bem questionável, tudo soa embolado e estourado prejudicando a audição, ao mesmo tempo que dá um tom cult ao disco, mas musicalmente temos um punhado de boas músicas, mas nada espetacular.
Os melhores momentos do disco estão nas porradas diretas como Enemies Of Reality e Create The Infinite, além das intrincadas Tomorrow Turned Into Yesterday I, Voyager e a dinâmica e espetacular Who Decides.
Capa da edição remixada |
A decisão arranhou a imagem da banda que soltara um trabalho amador e tentava arrumar o erro relançando o mesmo produto anos depois, no fim das contas não dá para saber o que foi pior, soltar um disco com a qualidade sonora prejudicada ou remendar o erro com um relançamento quase que imediato.
O deslize seria recompensado no próximo lançamento.
Enemies Of Reality
Enemies Of Reality Remaster
Track List
- Enemies Of Reality
- Ambivalent
- Never Purify
- Tomorrow Turned Into Yesterday
- I, Voyager
- Create The Infinite
- Who Decides
- Noumenon
- Seed Awakening
A Banda
Warrel Dane (Vocais)
Jeff Loomis (Guitarra)
Jim Sheppard (Baixo)
Van Williams (Bateria)
Despontando como um nome forte e com uma discografia de respeito, o Nevermore ainda teria mais grandes momentos antes do colapso que levaria ao hiato atual, mas isso fica para a terceira e última parte da discografia comentada dos caras.
Até lá continuem dissecando os discos dessa grande banda.
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