5 de mai. de 2016

Haken - Affinity



Nota: 9,00


Os Ingleses do Haken despontam como uma grande banda dentro do Prog Metal, gênero que tem grandes expoentes mas que carecia de novos nomes com relevância no cenário, em seu quarto disco o sexteto planeja alçar voos mais altos.

Affinity é definitivamente o disco mais dinâmico do Haken, que sempre mesclou muitos elementos das vertentes sententistas do Rock Progressivo com nuances mais atualizadas, porém dessa vez foi dado um passo adiante em relação ao peso e a presença de riffs e solos de guitarras mais virtuosos.

Entretanto a essência do Haken se faz muito presente, evidenciando que trata-se muito mais de uma evolução sonora do que uma guinada de estilo, o que é muito bom, mostrando o amadurecimento dos músicos e o bom gosto das composições. Ross Jennings tem uma boa voz, canta muito bem e acerta nas entonações em meio as viagens capitaneadas por Richard Hensall que toca guitarra e teclados e pelo tecladista Diego Teijeda, completam o time os ótimos Charlie Griffiths nas guitarras, Conner Green com um estilo virtuoso no Baixo e o preciso baterista Raymond Hearne.

A unidade criativa e a capacidade de extrapolar os limites são as grandes molas de Affinity  que contrapõe as mais diversas nuances sonoras bebendo diretamente da fonte do grande Yes, com a explosões de peso, como na excelente Initiate, que é uma show a parte de Ross Jennings, e uma sessão instrumental fantástica.

Em 1985 o Haken traz progressões de acordes que remetem ao Rush e Dream Theater, de forma alucinante com a cozinha formada por Conner Green e Raymond Hearne, precisão e bom gosto em nove minutos de viagem embalada pela cama de teclados bem colocadas e guitarras melodiosas, Lapse é mais uma faixa curta com uma bela intro de guitarras e vocalizações bem colocadas, uma faixa clássica do Haken, suave e surpreendente, num clima de viagem que se desenrola em riffs pesados numa tensão crescente, desembocando num jazz fusion nervoso, confuso não? Ouça, é simplesmente perfeito

O disco entra numa jornada  das boas com a complexa The Architect, quinze minutos do mais clássico prog metal, remetendo ao que encontramos em Awake do Dream Theater, principalmente na interação entre as guitarras de Griffiths e Hensall e dos teclados de Teijeda, que solam com maestria e encaminham todas melodias para um clima apocalíptico muito interessante, Earthrise dá continuidade ao acento de progressivo clássico no grande jogo de vozes de Jennings, fluída e agradável.

Sem perceber chegamos a parte final de Affinity, com Red Giant explorando muitos compassos quebrados, efeitos sonoros bem construídos pelos teclados  e samplers, trata-se de uma genuína música do Haken, The Endless Knot inicia acelerando as coisas em um clima caótico e um show da bateria, e Bound By Gravitiy dá os toques finais de maneira grandiosa, épica de forma com qual os fãs dos ingleses estão acostumados.

Pois bem, estamos diante de um dos melhores discos de 2016, Affintiy coloca o Haken definitivamente no mapa das grandes bandas atuais, conseguindo unir o Rock Progressivo, o Prog Metal e as tendências mais atuais resultando em algo que podemos chamar simplesmente de "música progressiva".

Obrigatório!


Affinity (2016)




A Banda

Ross Jennings  (Vocal)
Richard "Hen" Henshall  (Guitarra, Teclados)
Charlie Griffiths   (Guitarra)
Conner Green  (Baixo)
Diego Tejeida  (Tecladoss, Sound Design)
Raymond Hearne  (Bateria)

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