— prometo não escrever nenhuma bíblia aqui.
... assim espero.
Então, a banda começou a se formar, depois de um show beneficente, em 2003, onde os ex-integrantes do Guns N Roses, Slash, Duff, e Matt Sorum, tocaram juntos, e perceberam que ainda "dava liga" o negócio. A banda chegou a ensaiar e tocar ao vivo com Izzy Stradlin (!), porém, o principal compositor do Guns pensava em fazer algo "pequeno", onde ele e Duff dividissem os vocais (nessa época, a imprensa noticiava essa banda como "The Project" com a pompa de coisa grande...). Como houve conflito, Izzy decidiu sair e para seu lugar, foi recrutado um amigo da época de colégio do Duff, Dave Kushner.
Bom, já que a briga era arranjar um vocal, um frontman, pra algo "grande", receberam trocentos cds/fitas do mundo todo e fizeram algumas audições com Myles Kennedy (Alter Bridge, na época ainda estava no Mayfield Four), Sebastian Bach (Skid Row), Ian Astbury (The Cult ... e parça de banda do Matt Sorum) ... ah, e Mike "Patton... Donald" (Faith No More). Porém, com o fim do Stone Temple Pilots, e fazendo reabilitação na mesma época que Sorum, SCOTT WEILAND foi o escolhido.
Ou seja, o line-up do disco, ficou: Scott Weiland nos vocais, Slash e Dave Kushner (guitarra solo/base), Duff no baixo e Matt Sorum na bateria.
Apresentação de "Angie" (Rolling Stones) . E ainda com IZZY STRADLIN!
O Disco
"Sucker Train Blues" chega logo com o pé na porta, direto, cru, essa seria a máxima do material, o que é ótimo, no meio das toneladas de bandas de New Metal. Destaque para os vocais de Weiland, e o refrão grudento! (Ah, o riff também é grudento). Seguindo a pegada da primeira faixa, o álbum segue com "Do It For The Kids", ótimo riff, ótimo refrão! (... e Dave Kushner mostrando "serviço").
Mais groovada "Big Machine" continua na mesma pegada, porém carregada pelo baixo de Duff. "Illegal I Song" segue o groove, porém mais pesada, e com bastante variação vocal de Weiland. "Spectacle" é outra piabada na zoreia, mais rápida que as anteriores, dá um "moral up" bem bacana!
Já a música seguinte dá uma "acalmada" nos ânimos, a balada e segundo single do álbum, "Fall To Pieces" é melódica. com um riff familiar aos tempos de GNR (eu nem tô comparando nada, só que lembra mesmo)."Headspace" é pesada, punk, swingada ... uma suruba de influências de seus músicos (especialmente Duff e Weiland). "Superhuman" possui uma intro melódica de Slash, porém muda e é carregada pelo groove da linha de baixo de Duff, além de boas linhas vocais de Weiland!
Bom, chegamos a música do single de 2003 ainda. saiu como trilha sonora do filme Hulk (aquilo? filme?) . Pode-se dizer que a única coisa que presta naquilo é essa música (e a Jennifer Conely). "Set me Free" é extremamente simples, mas que dá vontade de chutar tudo, tem uma levada punk... vocal grudento, riff grudento, groovada, pra mim, é a personificação da banda junto com "Slither". "You Got No Right", mesmo não tendo o mesmo apelo de "Fall To Pieces" é uma baita balada, aliás, uma baita música. Seja pelos arranjos acústicos, pela linha vocal, pelo refrão, pelo riff e pelo solo (que é incrível!).
Essa linha de baixo ... ESSA LINHA DE BAIXO! "Slither" chega como primeiro single do material, e que porrada na zoreia groovada! Como disse anteriormente, ela e "Set Me Free" são a personificação da banda. Mostra direcionamento de seus membros individualmente funcionando como banda. Destaques pro riff (lógico), os vocais sensacionais do Scott, além do solo (altos wha wha!)...
Terceiro single da banda "Dirty Little Thing" é rápida, crua, com uma baita pegada punk! Sem frescura, sem sintetizador, sem frufru ... (coisa que sobrava na enxurrada de bandas de new metal). Ou seja, piabada na zoreia crua e direta! ... Pra fechar o disco "Loving The Alien" segue a pegada acústica dos "Stones" de "You Got No Right", é uma balada BEM melódica, onde o riff (bem característico do Slash) carrega a música. Isso porque não falei do solo, um dos mais bonitos da carreira do "cartola", música MEGA underrated.
Teste do Tempo
Engraçado o quanto compararam o Velvet Revolver ao Guns N' Roses e ao Stone Temple Pilots na época. Lembro-me de uns amigos falando com "desdém" que é uma cópia de GNR, ou tentando ser, porém, olhando pra trás (ouvindo pra trás?), discordo veementemente da comparação (assim como discordava na época).
Talvez sim, por ter uma pegada mais punk, lembre (de longe) o Appetite For Destruction, clássico disco do Guns N' Roses. Ainda assim, possui características distintas, seja pelas influências de seu vocalista, seja pela época, e claro, amadurecimento de seus músicos.
Outra coisa a salientar seria: O quanto ele se destaca dentre os discos da época, e não é diminuindo a cena que dominava (New Metal), mas Contraband mostra um material sólido, direto, cru, punk, vindo de músicos experientes, e que aparentemente apenas queriam fazer música. Ironicamente, o disco ganhou uma grande popularidade, um considerável sucesso, a banda chegou a ser nomeada em vários prêmios e ganhou um Grammy, até (Melhor Performance de Hard Rock).
Indo pro lado mais pessoal, acompanhei de perto as notícias desde a época que se chamava "The Project", estreia de clipes/singles (MTV, crap), fui ver Hulk esperando "Set Me Free" tocar (o filme é tão ruim, que se tivesse tocado, teria sido a melhor parte). Lembro-me de ter pego um vídeo/mpeg de um show, de 700 mb que peguei na discada ainda, acho que foram uns 2 dias pra baixar. Bem bacana ter acompanhado a banda de perto.
Destoou, como citei anteriormente, de muitas bandas com material na época. Não fez nada de "novo", mas fez algo competente e cativante.
P.S.: Insisti na definição "Punk", porque vi numa entrevista do Slash, na qual, consideravam esse disco "punk", e o "Libertad" (disco de 2007), mais rock n roll clássico. O guitarrista concordou, e disse que era uma ótima percepção.
Se o Slash disse, tá dito.
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