Nota: 7,00
A nova geração do Heavy Metal vem se firmando aos poucos diante do público, ao contrário dos medalhões dos anos 70, 80 e 90 que explodiam em popularidade, a geração do século XXI cresce de forma mais fragmentada e mundial, em uma indústria mais modesta e com consumidores com hábitos diferentes, e nesse grupo podemos incluir o Trivium, um dos conjuntos mais populares e fortes desses novos nomes.
Silence In The Snow amplia a mudança sonora iniciada anos atrás,consolidando a presença de guitarras melodiosas, músicas mais cadenciadas e desta vez sem vocais guturais, sim, o Trivium soa sensivelmente mais melodioso e menos pesado. Isso é bom ou ruim? Depende.
A mudança de direcionamento visa uma expansão sonora e claro preservação da qualidade das apresentações ao vivo, uma vez que o desgaste vocal era uma das preocupações de Matt Heaffy durante as tours, colocando isso de lado temos que nos ater de como o Trivium soa efetivamente.
Quando a dobradinha Silence In The Snow e Blind Leading The Blind surgem percebemos claramente a cara do novo Trivium, mais harmonias e melodias das guitarras, vocais cantados, e menos peso na produção, mas não menos cativantes, as duas faixas grudam na cabeça e abrem muito bem o disco.
Entretanto com o decorrer da audição alguns elementos que moldaram o Trivium fazem falta, principalmente nas levadas de bateria der Mat Madiro (Substituindo Nick Augusto) que faz um trabalho correto, com bastante técnica, mas nitidamente contido, como em Dead And Gone, cadenciada com uma boa quebra de bumbos mas evidentemente mais suave.
The Ghost That Haunting You tem um bom trabalho de transposição vocais, e as guitarras de Heaffy e Corey Beaulieu comandam os riffs e os solos remetendo ao trabalho mais recente do Megadeth, aliás o foco central do novo disco são as guitarras, elas estão por todos os lados.
A essa altura do play é perceptível que o velho Trivium, ou mesmo aquele dos últimos dois discos não vai dar as caras por aqui, Pull Me From The Void tem um início Power Metal (!?) surpreendente e desemboca com grooves pesados no baixo de Paul Gregolleto, assim como a cativante e melodiosa Until The World Goes Cold, que carrega mão em grooves e nas melodias.
Confesso que senti falta do peso da intensidade do passado, mesmo compreendendo a nova proposta sonora, sadia e eficiente, mas inferior ao que vinha sendo feito, mas gosto quando as bandas exploram novas nuances, em Rise Upon The Tides o Heavy Metal clássico dá as caras com louvor, refrão marcante e grudento.
O disco fecha com uma boa trinca, The Thing Thats Killing Me, Beneath The Sun e Breathe In The Flames seguem a linha mais clássica e melódica, com menos peso e agressividade mas sem deixar a qualidade cair.
Em linhas gerais Silence In The Snow tem elementos fortes, como melodias vocais cativantes, guitarras excepcionais e um bom trabalho nos timbres, mas faltou um pouco da agressividade que norteou os melhores trabalhos do Trivium, o disco é bom, mas longe de ser um clássico dos caras.
Silence In The Snow
Blind Leading The Blind
Silence In The Snow (2015)
A Banda
Matt Heaffy (Vocais e Guitarra)
Corey Beaulieu (Guitarra e Vocal)
Paul Gregolleto (Baixo)
Mat Madiro (Bateria)
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