Nota: 9,5
Existem discos que já são concebidos como clássicos de suas bandas antes de passar pelo teste do tempo, quase que de forma instantânea os ouvintes já adotam o registro como uma grande obra que será referência em meio a discografia e possivelmente será um novo marco em termos musicais de um conjunto.
Isso acontece em Condition Hüman do Queensrÿche, um dos trabalhos mais fortes de toda a carreira, sim caro leitor, a nova empreitada dos americanos é comparável a qualquer registro da fase clássica, e com certeza eterniza o atual momento musical do quinteto de Seattle, se no álbum auto intitulado de 2013 tínhamos algumas questões na produção e na engenharia do som, aqui tudo funciona muito bem, Zeuss acertou a mão e fez a banda soar muito bem.
Duvidar da qualidade dos músicos envolvidos é algo impensável, e quando pessoas talentosas estão inspiradas e determinadas os resultados são sempre excelentes, Arrow Of Time, faixa de abertura mostra um pouco das várias faces do disco, rápida, empolgante e puramente Metal é um aperitivo para a explosiva Guardian que expõe toda a qualidade de Scott Rockenfield na bateria que não deixa pedra sobre pedra.
Hellfire transporta o ouvinte para a atmosfera de Operation: Mindcrime, um Hard'n'Heavy com ótimos ganchos das guitarras dobradas de Wilton e Lundgren e linhas vocais arrojadas de LaTorre, daqui em diante o disco inicia sua transformação e acentua seu acento progressivo revivendo memórias de um passado distante, Toxic Remedy poderia estar em Rage For Order, mas seus timbres modernos mostram o novo caminho que a banda deve seguir daqui em diante.
O Queensrÿche contemplou todos os trabalhos (dignos de serem lembrados) nesse novo passo, Selfish Lives foca primordialmente na fase Promissed Land com toques do controverso Hear In The Now Frontier, principalmente no riff principal, as guitarras brilham no solo, um dos melhores do petardo.
Eu ainda não falei do grande baixista e um dos fundadores, Eddie Jackson, certo? Pois é, a melhor faixa do disco é de sua exclusiva autoria, Eye9 é um portal para o futuro da banda, com uma linha de baixo que evoca o Tool, e vocais em várias camadas de LaTorre, essa é a maior diferença entre o trabalho dele e de Geoff Tate, totalmente progressiva, com um coro de vozes espetacular dentro de um grande refrão, clássico absoluto.
Caminhando para a parte final, Bulletproof, é uma power-ballad estruturada nas harmonias e orquestrações, com um grande trabalho de Parker Lundgren, já Hourglass traz as coisas para o terreno mais experimental, com guitarras pesadas logo no inicio, Michael Wilton é um grande motor criativo durante todo o disco, sua guitarra está em todos os cantos da mixagem e isso é muito, mas muito bom.
Com um tema recheado de violões e alguns leads de guitarras, Just Us, transporta a banda para o passado novamente, desta vez mais recente, ecos de Tribe podem ser ouvidos aqui e acolá, All There Was reedita o lado mais direto do inicio da carreira com bons riffs e solos, aliás as guitarras com harmonias dobradas se fazem presentes durante toda audição.
Para fechar, The Aftermath serve de introdução para a épica Condition Hüman, com 7 minutos do que podemos chamar de novo Queensrÿche, essencialmente progressiva, com timbres pesados, várias camadas vocais e um clímax empolgante no final, um momento inspirado.
Não resta dúvida que o Queensrÿche está mais vivo do que nunca, um ótimo passo adiante em seus 30 anos de estrada, e o melhor de tudo, honrando seu legado. Mais um disco obrigatório!
Guardian
Condition Hüman (2015)
A Banda
Todd LaTorre (Vocal e Orquestrações)
Michael Wilton (Guitarras)
Scott Rockenfield (Bateria, Orquestrações e Efeitos)
Eddie Jackson (Baixo e Vocal)
Parker Lundgren (Guitarras)
Nenhum comentário:
Postar um comentário