Nota: 8,5
Poucas bandas na história do Rock e do Metal conseguiram atingir o status de inabalável, o Iron Maiden atravessa gerações representando a integridade da música e provando que apesar de todas as tempestades e equívocos a qualidade musical vai sempre falar mais alto.
Desde o retorno de Bruce Dickinson e Andrian Smith em 1999 (o tempo passa rápido!!) o então sexteto inglês vem entregando discos a altura do seu legado, talvez, não tão empolgantes e espetaculares como a magnifica fase oitentista, mas honrando suas tradições e principalmente produzindo materiais que ainda são referência na música pesada.
The Book Of Souls é o ponto mais alto da nova fase, uma empreitada ambiciosa e pretensiosa que gerou um resultado final até certo ponto surpreendente, vejamos, um disco duplo, de músicas majoritariamente longas, tinha tudo para ser mais do mesmo, mas felizmente a inspiração bateu na porta e de certa forma surpreendeu os mais céticos.
Com If The Eternity Should Fail abrindo o petardo temos o Maiden pegando emprestado a vibração do magnifico The Chemical Wedding, disco solo de Bruce Dickinson, que assina a composição, Heavy Metal robusto com um grande trabalho no refrão e arranjos ricos nas harmonias, os fãs esperavam por algo assim.
A sequencia vem com a boa, porém manjada, Speed Of Light, a música acessível do disco, remetendo o trabalho de No Prayer For The Daying, com riffs mais crus e uma pagada mais reta na bateria de Nicko McBrain, The Great Unknown explora os climas soturnos e progressivos explodindo na sessão de solos dando espaço as melodias de Smith, Murray e Gers.
Steve Harris assina The Red And The Black com um riff e uma levada imortlaizada em The Rime Of Ancient Mariner também com seus 13 minutos, fica evidente que o teor progressivo que está cada vez mais latente nos discos do Maiden é a principal orientação estética, porém o excesso de repetição atrapalha, poderia ser mais econômica, longe de ser ruim, mas igualmente longe dos melhores momentos do disco.
Colocando o Metal Inglês em primeiro plano When The River Runs Deep tem nos riffs das guitarras e no andamento up tempo suas maiores virtudes, sendo direta e potencial forte para os shows, é o que o Maiden sabe fazer de melhor.
Fechando o primeiro disco, The Book Of Souls, enfatiza o Maiden dos 2000's em peso, o Riff de Janick Gers acompanhado do baixo de Harris em primeiro plano abrindo as portas para as vocalizações poderosas de Bruce Dickison, um forte apelo épico, recheado de teclados e orquestrações colocadas no fundo.
A jornada continua no segundo disco, Death Or Glory traz contornos de Piece Of Mind nas batidas de McBrain, Shadows Of The Valley começa com as mesmas notas de Wasted Years para desembocar em um tema que poderia estar em Dance Of Death, inclusive nos solos.
O disco vai ganhando em carga emocional, como em Tears Of A Clown, inspirada em Robin Williams, a sonoridade aqui se aproxima do Maiden de Fear Of The Dark, caindo para o lado mais Hard Rock, Adrian Smith faz o riff principal e acompanhado do Baixo de Harris.
The Man Of Sorrows ( Bruce Dickinson também tem uma Man Of Sorrows),tem contribuição de Dave Murray, o fiel companheiro de Steve Harris, um acento prog com muitas guitarras e melodias, especialidade da casa.
De forma esplendorosa Empire Of The Clouds finaliza do disco em seus 18 minutos dignos de uma trilha sonora de um filme, ouçam e viajem na obra que Bruce Dickinson escreveu, simplesmente épica.
The Book Of Souls é a essência do Iron Maiden, que não economizou em explorar seu legado criado adicionando alguns elementos novos, nessa altura da carreira eles não precisavam provar nada a ninguém, mas de forma incansável deixaram a zona de conforto dos últimos dois (bons) discos e surpreenderam a todos.
Compre!
Speed Of Light
Book Of Souls (2015)
A Banda
Bruce Dickinson (Vocal e Piano)
Steve Harris (Baixo e Teclado)
Adrian Smith (Guitarra)
Dave Murray (Guitarra)
Janick Gers (Guitarra)
Nicko McBrain (Bateria)
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