31 de mai. de 2016

UFC Fight Night 88 - Fiasco brasileiro

No último sábado tivemos um evento do UFC focado em lutadores expoentes, que estão se destacando e trilhando o caminho para o estrelato, três bons nomes brasileiros se apresentaram no card principal, o veterano Vitor Miranda, o consagrado Renan Barão (que migrou para os pesos penas, subindo de categoria) e a revelação dos galos Thomas Almeida, bons nomes que não se apresentaram bem.

Vitor Miranda teve uma atuação apagada e foi derrotado pelo mediano Chris Carmozzi na decisão dos juízes,  o brasileiro estava um pouco lento e não achou a distância para aplicar seu ótimo Muay Thai, perdeu a luta em pé e dominado no chão, esboçou uma reação no terceiro round mas insuficiente para vencer. Uma derrota que atrapalha os planos do lutador para entrar no top 10 da divisão.



Renan Barão e Jeremy Stephens protagonizaram um bom combate, Barão entrou ligado e imprimiu um bom ritmo no primeiro round, mas ao insistir em trocar contra um cara bem maior e mais forte como Stephens cometeu um erro e foi razoavelmente castigado pelos poderosos uppercuts do americano na etapa seguinte. No terceiro round, Barão tomou um sufoco no inicio, equilibrou as ações e até levou Stephens para o chão, mas sem estabilizar, com isso o americano venceu, não foi uma surra, mas vitória foi justa, apesar do equilíbrio.


Na luta principal Thomas Almeida não teve o que mostrar, foi pego pelo melhor boxe e potência de Cody Gabrandt e acabou nocauteado, faltou estratégia, deveria ter circulado, usado os chutes e combinações para desmontar o ritmo frenético do adversário, foi nocauteado no primeiro round e perdeu a invencibilidade.


Resultado dos palpites Resultado dos palpites UFC Fight Night 88: 3 acertos (Felder, Larkin e Story) 3 Erros ( Carmozzi, Stephens e Ganrandt)   Placar Geral: 21 Acertos, 21 Erros => 50% de acerto.

29 de mai. de 2016

Palpites UFC Fight Night 88 Almeida vs. Garbrandt





O UFC volta a Las Vegas, dessa vez no Domingo para receber um card recheado com a nova geração de lutadores, o palco será o Mandalay Bay e abrigará dois grandes confrontos, o ex-campeão peso galo estreando no peso pena, Renan Barão encara o duríssimo Jeremy Stephens, um lutador experiente e muito perigoso, dois lutadores agressivos que prometem um grande combate.

No evento principal, tivemos uma boa cartada de Joe Silva, o Matchmaker do UFC, duas revelações dos pesos galos, Thomas Almeida e Cody Gabrandt são cascudos e agressivos e simbolizam o futuro da categoria que tem como campeão Dominick Cruz, mais um desafio para o brasileiro que pode no médio prazo sonhar com uma disputa de cinturão.


Vamos aos palpites do card principal (e que eu tenha melhor sorte )


Joshua Burkman (28-12, 1 NC) vs. Paul Felder (11-2) => Palpite: Felder vence.

Jorge Masvidal (29-10) vs. Lorenz Larkin (16-5) => ; Palpite: Larkin vence.


Chris Camozzi (23-10) vs. Vitor Miranda (12-4) 
=>  Palpite: Vitor Miranda vence.


Tarec Saffiedine (16-4) vs. Rick Story (18-8 )
=>  Palpite: Rick Story vence.


Renan Barao (33-3) vs. Jeremy Stephens (24-12) =>  Palpite: Barão vence.


Thomas Almeida (20-0) vs. Cody Garbrandt (8-0) => t; Palpite: Thomas Almeida vence.

28 de mai. de 2016

Test Time Review #17 - Contraband (2004)

Como eu fiquei com inveja do Julio ter feito review do primeiro disco do Audioslave, "encafifei" de aproveitar a onda de "superbandas" do começo da década passada, e já que eu acompanhei de perto o debut do Velvet Revolver ...  Why not?

— prometo não escrever nenhuma bíblia aqui.
... assim espero.

Então, a banda começou a se formar, depois de um show beneficente, em 2003, onde os ex-integrantes do Guns N Roses, Slash, Duff, e Matt Sorum, tocaram juntos, e perceberam que ainda "dava liga" o negócio. A banda chegou a ensaiar e tocar ao vivo com Izzy Stradlin (!), porém, o principal compositor do Guns pensava em fazer algo "pequeno", onde ele e Duff dividissem os vocais (nessa época, a imprensa noticiava essa banda como "The Project" com a pompa de coisa grande...). Como houve conflito, Izzy decidiu sair e para seu lugar, foi recrutado um amigo da época de colégio do Duff, Dave Kushner.

Bom, já que a briga era arranjar um vocal, um frontman, pra algo "grande", receberam trocentos cds/fitas do mundo todo e fizeram algumas audições com Myles Kennedy (Alter Bridge, na época  ainda estava no Mayfield Four), Sebastian Bach (Skid Row), Ian Astbury (The Cult ... e parça de banda do Matt Sorum) ... ah, e Mike "Patton... Donald" (Faith No More). Porém, com o fim do Stone Temple Pilots, e fazendo reabilitação na mesma época que Sorum, SCOTT WEILAND foi o escolhido.

Ou seja, o line-up do disco, ficou: Scott Weiland nos vocais, Slash e Dave Kushner (guitarra solo/base), Duff no baixo e Matt Sorum na bateria.

Apresentação de "Angie" (Rolling Stones) . E ainda com IZZY STRADLIN!

O Disco

CONTRABAND - 2004

"Sucker Train Blues"
"Do It For The Kids"
"Big Machine"
"Illegal I Song"
"Spetacle"
"Fall To Pieces"
"Headspace"
"Superhuman"
"Set Me Free"
"You Got No Right"
"Dirty Little Thing"
"Loving The Alien"

"Sucker Train Blues" chega logo com o pé na porta, direto, cru, essa seria a máxima do material, o que é ótimo, no meio das toneladas de bandas de New Metal. Destaque para os vocais de Weiland, e o refrão grudento! (Ah, o riff também é grudento). Seguindo a pegada da primeira faixa, o álbum segue com "Do It For The Kids", ótimo riff, ótimo refrão! (... e Dave Kushner mostrando "serviço").

Mais groovada "Big Machine" continua na mesma pegada, porém carregada pelo baixo de Duff. "Illegal I Song" segue o groove, porém mais pesada, e com bastante variação vocal de Weiland. "Spectacle" é outra piabada na zoreia, mais rápida que as anteriores, dá um "moral up" bem bacana!

Já a música seguinte dá uma "acalmada" nos ânimos, a balada e segundo single do álbum, "Fall To Pieces" é melódica. com um riff familiar aos tempos de GNR (eu nem tô comparando nada, só que lembra mesmo)."Headspace" é pesada, punk, swingada ... uma suruba de influências de seus músicos (especialmente Duff e Weiland). "Superhuman" possui uma intro melódica de Slash, porém muda e é carregada pelo groove da linha de baixo de Duff, além de boas linhas vocais de Weiland!

Bom, chegamos a música do single de 2003 ainda. saiu como trilha sonora do filme Hulk (aquilo? filme?) . Pode-se dizer que a única coisa que presta naquilo é essa música (e a Jennifer Conely). "Set me Free" é extremamente simples, mas que dá vontade de chutar tudo, tem uma levada punk... vocal grudento, riff grudento, groovada, pra mim, é a personificação da banda junto com "Slither". "You Got No Right", mesmo não tendo o mesmo apelo de "Fall To Pieces" é uma baita balada, aliás, uma baita música. Seja pelos arranjos acústicos, pela linha vocal, pelo refrão, pelo riff e pelo solo (que é incrível!).

Essa linha de baixo ... ESSA LINHA DE BAIXO! "Slither" chega como primeiro single do material, e que porrada na zoreia groovada! Como disse anteriormente, ela e "Set Me Free" são a personificação da banda. Mostra direcionamento de seus membros individualmente funcionando como banda. Destaques pro riff (lógico), os vocais sensacionais do Scott, além do solo (altos wha wha!)...

Terceiro single da banda "Dirty Little Thing" é rápida, crua, com uma baita pegada punk! Sem frescura, sem sintetizador, sem frufru ... (coisa que sobrava na enxurrada de bandas de new metal). Ou seja, piabada na zoreia crua e direta! ... Pra fechar o disco "Loving The Alien" segue a pegada acústica dos "Stones" de "You Got No Right", é uma balada BEM melódica, onde o riff (bem característico do Slash) carrega a música. Isso porque não falei do solo, um dos mais bonitos da carreira do "cartola", música MEGA underrated.

 

Teste do Tempo


Engraçado o quanto compararam o Velvet Revolver ao Guns N' Roses e ao Stone Temple Pilots na época. Lembro-me de uns amigos falando com "desdém" que é uma cópia de GNR, ou tentando ser, porém, olhando pra trás (ouvindo pra trás?), discordo veementemente da comparação (assim como discordava na época).

Talvez sim, por ter uma pegada mais punk, lembre (de longe) o Appetite For Destruction, clássico disco do Guns N' Roses. Ainda assim, possui características distintas, seja pelas influências de seu vocalista, seja pela época, e claro, amadurecimento de seus músicos.

Outra coisa a salientar seria: O quanto ele se destaca dentre os discos da época, e não é diminuindo a cena que dominava (New Metal), mas Contraband mostra um material sólido, direto, cru, punk, vindo de músicos experientes, e que aparentemente apenas queriam fazer música. Ironicamente, o disco ganhou uma grande popularidade, um considerável sucesso, a banda chegou a ser nomeada em vários prêmios e ganhou um Grammy, até (Melhor Performance de Hard Rock).

Indo pro lado mais pessoal, acompanhei de perto as notícias desde a época que se chamava "The Project", estreia de clipes/singles (MTV, crap), fui ver Hulk esperando "Set Me Free" tocar (o filme é tão ruim, que se tivesse tocado, teria sido a melhor parte). Lembro-me de ter pego um vídeo/mpeg de um show, de 700 mb que peguei na discada ainda, acho que foram uns 2 dias pra baixar. Bem bacana ter acompanhado a banda de perto.

Destoou, como citei anteriormente, de muitas bandas com material na época. Não fez nada de "novo", mas fez algo competente e cativante. 





P.S.: Insisti na definição "Punk", porque vi numa entrevista do Slash, na qual, consideravam esse disco "punk", e o "Libertad" (disco de 2007), mais rock n roll clássico. O guitarrista concordou, e disse que era uma ótima percepção.

Se o Slash disse, tá dito.




27 de mai. de 2016

Test Time Review #16 - Audioslave (2002)



Das cinzas do Soundgarden e do Rage Against The Machine surgiu um dos maiores fenômenos do Rock do inicio dos anos 2000, o Audioslave (inicialmente chamado de Civilian) impactou a cena com uma sonoridade explosiva e atual, conversando com as mais diversas gerações, o debut auto intitulado Audiolsave vendeu milhões de cópias e virou uma referência após os grandes fenômenos musicais dos anos 90.

Musicalmente representou o renascimento de Chris Cornell na cena, uma vez que o fundador do Soundgarden, e padrinho do Grunge estava fora dos holofotes após Down At Upside de 1997 e seu primeiro disco solo, o bom Euphoria Morning de 1999,  já Tom Morello, Tim Commeford e Brad Wilk viviam o baque da separação com Zack De la Rocha no auge do RATM. Contando com Rick Rubin que assinou a produção, o quarteto tinha o que precisava para prosperar, experiência, talento e bons contatos de bastidores.



A Banda

Chris Cornell (Vocal)

Tom Morello (Guitarra)
Tim Commeford (Baixo)
Brad Wilk (Bateria)

O Contexto


O Rock atravessava uma ressaca absurda após a explosão advinda de Seattle, o último grande movimento genuíno de rock pesado transformou o mundo das guitarras em um drama recheado de sucessos, mortes, críticas e super exposição que varreram muita das bandas surgidas na cidade chuvosa da costa oeste americana uma vez que os grandes pilares da cena agonizavam.


Nirvana acabou com a morte de Kurt Cobain, Soundgarden estava parado devido ao desgaste dos anos, Alice In Chains paralisado com a decadência e morte de Layne Stanley, Pearl Jam  experimentando voltar a mídia após uma perdido sabático. O Rage Against The Machine, por sua vez, tinha se desfeito após uma crise entre Morello e La Rocha, o mundo do rock começava a experimentar a onda do New Metal, e a indústria fonográfica estava em seu auge, ou seja, produzindo de tudo.


O início do século XXI experimentou o nascimento da internet como grande motor de mídia e o compartilhamento e vazamento de músicas já era realidade, tanto que as primeiras demos, ainda como nome de Civilian ou Civilian Project já vazavam a torto e a direito. Em uma era de novidades, o som básico, pesado e recheado de citações clássicas do Rock pegou o mundo da música de supetão, o Audioslave era um recém nascido campeão.


As impressões do passado


Quando o riff de Cochise dá as caras ficou claro que a jam entre Morello, Commeford, Wilk e Cornell foi proveitosa, um hit típico das grandes bandas, um blockbuster seguida da extraordinária Show Me How To Live, um dos maiores clássicos do Rock nas últimas décadas, mostrava sem humildade que Morello e Cornell eram as estrelas, o primeiro com riffs e solos arrebatadores o segundo com sua voz singular, potente e versátil, tudo apoiado pela cozinha perfeita de  Commeford e Wilk.


A inspiração setentista guiou mais dois grandes momentos, a balada comercial e bem arranjada Like Stone, que tem o dedo de Rubin e seus ouvidos afiados para captar um grande hit e I Am The Highway e sua veia acústica tendo em Cornell seu maior trunfo, soando como uma retrospectiva do multiplatinado Superunknow do Soundgarden.


Para quem estava cansado da mistura de Rock Industrial, Rap e maluquices sem fim (que também tinham seu valor, e eram coisas legais até extrapolarem o bom senso) ouvir riffs diretos e batidas orgânicas como Set It Off embalada em um refrão perfeito, e o groove bulesy de Exploder era libertador, só um time desses podia entregar algo assim,sendo impossível não curtir a vanguardista mas acertada Hypnotize. Afinal estávamos presenciando uma grande banda nascer, sim, movida a dinheiro, esquemas publicitários e grandes nomes, mas o som tinha alma e cativou.


Munidos de grandes músicas e com um disco muito bem produzido o Audioslave fazia muito barulho e de muito boa qualidade, mesmo para aqueles, que como eu esperava um novo Badmotorfinger, que de fato não ocorreu.



Como o álbum envelheceu?

Ouvir a estréia do Audioslave quase quinze anos depois de seu lançamento me remete a tempos de transição, pessoalmente eu vivia entre o inicio da faculdade, começando a trabalhar e a amadurecer meu gosto musical. 


Um bom tempo no qual as grandes gravadoras, apesar de produzir toneladas de lixo ainda tinham seus tiros certeiros e investiam em estúdios bons, além de ainda haver a surpresa por trás de cada lançamento, pode ser saudosismo de minha parte, mas pessoalmente era legal vivenciar a experiência da música desse jeito, de ter um produto bem feito em mãos.


Em termos sonoros, o disco é atual, não pereceu, conseguiu sobreviver ao tempo e deu continuidade ao resgate do rock setentista que já aparecia em meio a barulhenta mistura de Punk e Metal do grunge, mas de forma comedida e com uma veia mais voltada ao rock de arena e seus refrões grandiosos.


Vale a minha mea culpa, eu gostava muito do disco, mas sempre fui muito fã do Soundgarden e sentia falta dos climas sombrios influenciados por Black Sabbath, gerando as vezes indagações  sobre o porquê de Cornell estar distante da banda que fundou.


Hoje tenho a resposta, o Audioslave era uma nova fase, a força de expressão e o dialogo com outras linguagens artísticas advinda do imenso talento de Morello, Commeford e Wilk, a minha ingenuidade à época me surpreende.



Audioslave (2002)




24 de mai. de 2016

Black Stone Cherry - Kentucky




Nota: 7,5

O quinteto norte-americano vem se solidificando como um nome forte an cena do Hard Rock mundial, os toques pesados e veia de southern rock adicionam um tempero extra na mistura, uma vez que o BSC consegue transitar dentro desse universo sonoro, bons riffs, músicas mais pesadas, outras mais acessíveis, grandes refrões e uma boa dose de carisma, tudo envolvido por uma indefectível aura de rock do século XXI.

Em Kentucky a turma liderada por Chris Robertson se volta um pouco mais para o lado visceral de seu som em relação ao ótimo Magic Mountain, aqui as guitarras estão mais na cara, com riffs mais encorpados e a cozinha está mais carregada de grooves pesados como nas corretas The Way of Future e In Our Dreams, porém sem abrir mão de arranjos sulistas como as guitarras acústicas e os coros com backing vocals espertos na ótima Soul Machine, uma das melhores faixas do BSC.

No decorrer da audição podemos encontrar outros grandes momentos, como na simples e acertadamente comercial Long Ride onde a voz de Robertson e suas guitarras juntamente com Ben Wells conversam bem, a estranha e cativante War sai do lugar comum em um andamento de marcha interessante e um belo trabalho do batera John Fred Young.

Conforme o disco vai se desenrolando fica nítida a maior qualidade do trabalho, que é fazer um disco de Hard Rock respeitando suas influências e trazendo diversão ao ouvinte, ninguém quer reinventar o estilo por aqui, mas sim, fazer algo que gosta para pessoas que gostam do estilo, isso fica bem claro nas ótimas Cheap The Drink Alone e seus arranjos muito bem sacados e na pesada e intensa Rescue Me que apresenta uma enxurrada de peso e intensidade.

A intenção de soar mais orgânico citada anteriormente se faz presente em Dark Secrets que coloca sujeira e distorção dentro de um hard rock correto, talvez aqui tenha um defeito da banda, a tentativa de sempre emplacar um hit com um refrão em uma oitava acima, formula batida que fez o Nickleback virar um campeão de vendas por exemplo, acaba cansando mas não se torna um grande problema. A fórmula se repte, com  mais sucesso em Born To Die, graças ao bom trabalho dos vocais de Robertson. O disco fecha com a balada acústica The Ramblers, uma viagem country das boas.

Kentucky é um grande disco de Hard Rock, proporciona diversão e grandes momentos sem precisar apelar para algo demasiadamente pretencioso, o que é bom, uma vez que os caras fazem bem o que se propõe sem necessariamente soar repetitivo. Uma boa pedida!


Kentucky (2016)




A Banda

Chris Robertson (Vocal e Guitarra)
Ben Wells (Guitarra e Backing Vocals) 
Jonathan Lawhon (Baixo e Backing Vocals)
John Fred Young (Bateria e Backing Vocals)

17 de mai. de 2016

UFC 198 - A sina dos pesos pesados!



O último sábado foi um marco para o UFC em terras brasileiras, um grande card com muitas lutas interessantes recheado de emoção, surpresas, alegrias e frustrações, a combinação de experiências tão diversas fez do UFC 198 especial, e confirmou a sina de rotatividade dos pesos pesados.
De maneira geral tivemos um card principal rápido e sem grandes surpresas, Warlley Alves errou na estratégia ao tentar uma guilhotina precipitada, Shogun foi como sempre irregular, e ao meu ver Corey Anderson venceu o combate.


Shogun e suas atuações duvidosas

Chris Cyborg e Ronaldo Jacaré passearam, sendo que o faixa preta de Jiu Jitsu campeão mundial passou por cima de Vitor Belfort sem tomar conhecimento do ex-campeão do UFC. Jacaré será o futuro desafiante do cinturão dos pesos médios do UFC



Jacaré e sua montada justa


Na luta principal, Fabricio Werdum encarou Stipe Miocic defendendo seu cinturão dos pesos pesados, levado no entusiasmo o gaúcho começou bem e acertava bons golpes, mas ao se empolgar e caminhar golpeando sem medir o risco foi pego em um gancho de contra ataque, caiu apagado, e Miocic levou o cinturão calando a Arena da Baixada. 

Apesar da derrota, Werdum mostrou espirito competitivo e mostrou que quer retornar aos treinos para uma chance futura contra o novo campeão, Stipe Miocic é o novo campeão dos pesos pesados, mais uma vez o cinturão mudou de mão.

Bang


Resultado dos palpites Resultado dos palpites UFC 198: 2 acertos (Chris Cyborg e Ronaldo Jacaré) 3 Erros (  Bryan Barberena, Mauricio Shogun e Stipe Miocic)   Placar Geral: 19 Acertos, 19 Erros => 50% de acerto.


14 de mai. de 2016

Palpites UFC 198 - Werdum x Miocic





O UFC vai realizar seu maior evento em terras brasileiras desde que desembarcou aqui em 1998, a edição 198 vai ser na Arena do Atlético Paranaense e vai abrigar um grande público que irá presenciar uma noite com excelentes nomes do mundo do MMA.

O card principal vem recheado de bons nomes e lutas bem interessantes, desde o confronto de estilos entre Ronaldo Jacaré e Vitor Belfort, luta na qual acredito mais em Jacaré pelo momento vivido, mas nunca podemos subestimar o fenômeno, a tentativa de ascensão de uma grande estrela, no caso Warlley Alves, que busca a escalada nos meio médios após vencer bons oponentes e claro a luta entre Werdum e Miocic, duelo de pesos pesados que sempre tem uma alta carga de emoção, dois lutadores que vivem um bom momento e vão depender muito de suas estratégias para impor seus estilos.

A estréia da multi campeã Cris Cyborg tem tudo para ser um passeio, lutando em casa com ampla superioridade física e técnica, a brasileira provavelmente vai se consagrar. Shogun...bem não sei o que esperar dele, virou um ex-atleta em atividade, veremos.



Warlley Alves (10-0) vs. Bryan Barberena (11-3) => Palpite: Warlley Alves vence

Mauricio “Shogun” Rua (23-10) vs. Corey Anderson (8-1)=> Palpite: Corey Anderson vence

Cris “Cyborg” Justino (15-1, 1 NC) vs. Leslie Smith (8-6-1)=> Palpite: Cyborg vence

Ronaldo “Jacare” Souza (22-4) vs. Vitor Belfort (25-11)=> Palpite: Jacaré vence

Fabricio Werdum (c) (20-5-1) vs. Stipe Miocic (14-2)=> Palpite: Werdum vence


11 de mai. de 2016

Discografia Comentada: DIO (1983-2004) - Parte 2

Claude Schanell, Vinnie Appice, Dio, Jimmy Bain e Craig Goldy


Dream Evil (1987)




Após a conturbada saída de Vivian Campbell no inicio da promoção de Sacred Heart, Dio já havia escolhido Craig Goldy para assumir as guitarras, com um estilo muito similar a Richie Blackmore com toques mais atualizados, Goldy se adaptou muito bem, sendo habilidoso e consistente além de bom compositor.

Mantendo o restante do time, com Appice, Bain e Schnell, o resultado foi um disco forte bem consistente com excelentes momentos, resgatando em parte uma sonoridade mais próxima do Rainbow com influências Heavy Metal, retomando um pouco do que foi feito nos dois primeiros trabalhos.

O inicio do disco é simplesmente demolidor, Night People, Dream Evil, Sunset Superman e All The Fools Sailed Away são clássicos absolutos do gênero, com um começo arrasador, já podemos colocar Dream Evil como um clássico, mesmo que nas faixas seguintes temos uma leve queda na intensidade, mas de forma alguma diminuiu o poder do disco. 

Musicalmente Dio tinha reencontrado o caminho após escorregar no bem sucedido, mas mediano Sacred Heart, colocando um equilíbrio entre guitarras e teclados e incluindo arranjos mais sóbrios porém mais vibrantes.

A repercussão não foi tão calorosa como os três primeiros trabalhos da carreira solo, muito devido a mudança de cenário musical, com extrema polaridade entre o Hard Rock festivo e o Thrash Metal, mas mesmo assim, Dio continuou vendendo bem e fazendo shows em grandes palcos, mas mudanças viriam a frente.

A Banda

Ronnie James Dio (Vocal e Teclado)
Craig Goldy (Guitarra)
Jimmy Bain (Baixo)
Vinny Appice (Bateria)
Claude Schnell (Teclados)


Após a tour de Dream Evil no fim de 1988, Dio dá uma pausa e pensa em uma possível reformulação interna, Craig Goldy se dedica a projetos solos e trilhas para o cinema, gerando inúmeros compromissos, Claude Schenell também se desliga após a tour, ficando Ronnie, Appice e Bain incumbidos de continuar com a banda.


Lockup The Wolves (1990)





Para a guitarra Dio ouviu centenas de músicos e quem levou a vaga foi um inglês de 17 anos, Rowan Robertson, assume o posto e impressiona a todos na banda, para os teclados Jens Johansson (na banda de Yngwei Malmsteen na época) é efetivado e assim iniciam a pré- produção do quinto disco de estúdio.

Problemas com alcool e drogas tiram o baixista Jimmy Bain da banda e Appice se afasta devido a conflitos contratuais e musicais, Dio rapidamente recruta o baterista Simon Wright (AC/DC) e o baixista nova iorquino Teddy Cook, assim a banda Dio estava reformulada e finalizaria os trabalhos em estúdio.

Lockup The Wolves explora uma sonoridade diferente dos trabalhos anteriores, um pouco mais cru, com arranjos mais voltados as guitarras de Robertson que tem uma forte influência de Joe Satriani, e muita ênfase em fraseados de baixo carregado em grooves e bases do Blues, claramente Dio tentava se recolocar em um mercado em transformação.

Mesmo com uma suposta crise de identidade, Dio acerta mais do que erra por aqui, Wild One é um pancada na orelha, uma abertura que salienta a força de Robertson, um guitarrista fabuloso, e o mais técnico dos que passaram pela banda, dois temas Hard Rock emplacaram como a espetacular Born On The Sun e a cativante Hey Angel, mais acessível mas igualmente legal,  mais destaques positivos para a bela e sombria Lockup The Wolves (que solo de guitarra!) além da emocionante My Eyes, com mais uma aula de Dio nos vocais e um excelente trabalho de Jens Johansson.

Robertson, Dio, Johansson, Wright e Cook
O disco vai muito bem na Europa e mal nos Estados Unidos, mas com saldo positivo Dio já preparava mais algumas músicas com a formação estabilizada, até ser convidado por Iommi para o retorno do Black Sabbath.

* Rowan Robertson ainda foi empresariado por Wendy Dio após a saída da banda com a ida de Ronnie para o Sabbath, mas no meio do caminho se envolveu com o Jazz e o Fusion e se dedicou ao estilo quase que integralmente.

A Banda

Ronnie James Dio (Vocal e Teclado)
Rowan Robertson (Guitarra)
Teddy Cook (Baixo)
Simon Wright (Bateria)
Jens Johanson (Teclados)





Strange Highways (1993)





No final da tour de Dehuzmanizer do Black Sabbath e  troca de farpas entre Dio e Iommi/Butler referentes a abertura de shows para a banda solo de Ozzy Osbourne, Dio e Vinnie Appice deixam a banda e retomam as atividades da banda DIO, contando com Tracy G  (que tocou com Bain e Appice numa banda chamada World War III) na Guitarra e Jeff Pilson no Baixo, a nova formação começa uma nova era.

O sucesso da linha sombria de Dehumanizer fez com Ronnie alterasse a proposta de sua banda e com Tracy G, um guitarrista habilidoso e focado em um estilo mais moderno e pesado, insere uma nova característica ao som, com letras realistas e críticas, riffs pesados com uma afinação mais baixa, o resultado foi espetacular.

Strange Highways foi injustamente criticado por parte do público, ávido por mais do mesmo, as composições são fortes, os vocais de Dio são agressivos e ríspidos, abusando de drives, Tracy G comanda as guitarras com perfeição, usando muito bem suas técnicas com pedais e criatividade, a cozinha de Appice e Pilson adiciona groove e peso, de acordo com a proposta, a banda estava afiadissima.

A abertura com Jesus, Mary & The Holy Ghost é uma pedrada com um belo riff de Tracy G, um dos destaques que vem para chocar os ouvintes, Hollywood Black é um show de peso e groove,  Strange Highways é um hino Doom Metal que estaria em qualquer álbum do Black Sabbath, Pain  abusa do direito de ser macabra e a fantástica Give Her The Gun é um deleite para os fãs da voz perfeita de Ronnie Dio e um solo perfeito de Tracy G.

Com músicos de primeira e inspiração para uma reviravolta na carreira, Dio conseguiu revitalizar seu projeto solo e trazer uma nova perspectiva sonora. Por mais que alguns fãs tenha torcido o nariz, Strange Highways é um dos melhores trabalhos do baixinho com voz de gigante, simplesmente imperdível. Deixe o preconceito de lado e aprecie essa jóia.


* Strange Highways sai em uma época conturbada, inclusive tem um vídeo com uma entrevista com Ronnie no tour bus, na qual ele é brutalmente sincero, sobrou para Vivian Campbell....


A Banda

Ronnie James Dio (Vocal e Teclado)
Tracy G (Guitarra)
Jeff Pilson (Baixo)
Vinny Appice (Bateria)


Vinny Appice, Tracy G, Dio e Jeff Pilson
Ficava claro que as mudanças entre 1987 e 1994 mostravam a busca de Dio pelo time ideal, e sua experiência com o retorno do Sabbath em 1992 mudou sua percepção sobre como iria conduzir a sonoridade da carreira a partir dali, mesmo com uma convicção o futuro mostrava que o baixinho ainda ia mudar o rumo de sua banda, mas isso fica para a terceira e última parte da discografia comentada.




5 de mai. de 2016

Haken - Affinity



Nota: 9,00


Os Ingleses do Haken despontam como uma grande banda dentro do Prog Metal, gênero que tem grandes expoentes mas que carecia de novos nomes com relevância no cenário, em seu quarto disco o sexteto planeja alçar voos mais altos.

Affinity é definitivamente o disco mais dinâmico do Haken, que sempre mesclou muitos elementos das vertentes sententistas do Rock Progressivo com nuances mais atualizadas, porém dessa vez foi dado um passo adiante em relação ao peso e a presença de riffs e solos de guitarras mais virtuosos.

Entretanto a essência do Haken se faz muito presente, evidenciando que trata-se muito mais de uma evolução sonora do que uma guinada de estilo, o que é muito bom, mostrando o amadurecimento dos músicos e o bom gosto das composições. Ross Jennings tem uma boa voz, canta muito bem e acerta nas entonações em meio as viagens capitaneadas por Richard Hensall que toca guitarra e teclados e pelo tecladista Diego Teijeda, completam o time os ótimos Charlie Griffiths nas guitarras, Conner Green com um estilo virtuoso no Baixo e o preciso baterista Raymond Hearne.

A unidade criativa e a capacidade de extrapolar os limites são as grandes molas de Affinity  que contrapõe as mais diversas nuances sonoras bebendo diretamente da fonte do grande Yes, com a explosões de peso, como na excelente Initiate, que é uma show a parte de Ross Jennings, e uma sessão instrumental fantástica.

Em 1985 o Haken traz progressões de acordes que remetem ao Rush e Dream Theater, de forma alucinante com a cozinha formada por Conner Green e Raymond Hearne, precisão e bom gosto em nove minutos de viagem embalada pela cama de teclados bem colocadas e guitarras melodiosas, Lapse é mais uma faixa curta com uma bela intro de guitarras e vocalizações bem colocadas, uma faixa clássica do Haken, suave e surpreendente, num clima de viagem que se desenrola em riffs pesados numa tensão crescente, desembocando num jazz fusion nervoso, confuso não? Ouça, é simplesmente perfeito

O disco entra numa jornada  das boas com a complexa The Architect, quinze minutos do mais clássico prog metal, remetendo ao que encontramos em Awake do Dream Theater, principalmente na interação entre as guitarras de Griffiths e Hensall e dos teclados de Teijeda, que solam com maestria e encaminham todas melodias para um clima apocalíptico muito interessante, Earthrise dá continuidade ao acento de progressivo clássico no grande jogo de vozes de Jennings, fluída e agradável.

Sem perceber chegamos a parte final de Affinity, com Red Giant explorando muitos compassos quebrados, efeitos sonoros bem construídos pelos teclados  e samplers, trata-se de uma genuína música do Haken, The Endless Knot inicia acelerando as coisas em um clima caótico e um show da bateria, e Bound By Gravitiy dá os toques finais de maneira grandiosa, épica de forma com qual os fãs dos ingleses estão acostumados.

Pois bem, estamos diante de um dos melhores discos de 2016, Affintiy coloca o Haken definitivamente no mapa das grandes bandas atuais, conseguindo unir o Rock Progressivo, o Prog Metal e as tendências mais atuais resultando em algo que podemos chamar simplesmente de "música progressiva".

Obrigatório!


Affinity (2016)




A Banda

Ross Jennings  (Vocal)
Richard "Hen" Henshall  (Guitarra, Teclados)
Charlie Griffiths   (Guitarra)
Conner Green  (Baixo)
Diego Tejeida  (Tecladoss, Sound Design)
Raymond Hearne  (Bateria)