Nota: 5,5
O Helloween continua produzindo álbuns com frequência e atraindo boas audiências ao redor do mundo, os alemães possuem um patrimônio musical excelente e mesmo com quase 30 anos de carreira continuam firmes e fortes em um ciclo de lançamentos e turnês invejável.
Chegamos em 2015 e My God-Given Right é lançado com uma missão, dar continuidade a sonoridade calcada no Metal Melódico sem grandes variações, hora mais pesado hora mais suave, como vem sendo constante desde o terrível Rabbit Don't Come Easy (2003), de lá para cá alguns acertos e alguns erros tornaram essa última fase da banda a mais monótona de todas.
Apesar de não se tratar de um disco ruim, pelo contrário, o novo trabalho apresenta alguns momentos que chegam a empolgar pela energia de algumas canções, mas a falta de diversidade e ousadia atrapalha, uma vez que desde a entrada de Andi Deris em 1994 o Helloween trazia um tempero especial a sonoridade característica, aqui dois velhos fantasmas reaparecem, Roland Grapow e Uli Kusch, que fazem uma falta tremenda.
A nova empreitada é longa são 15 faixas e 1 bônus, em termos de produção e execução não podemos reclamar (apesar do padrão sonoro extremamente parecido em relação aos 4 discos anteriores) Andi Deris é um grande vocalista que sabe usar seu timbre peculiar, Michael Weikath e Sascha Gerstner pilotam bem as bases, riffs e solos de guitarra, e Markus Grosskpof e Dani Loblë foram uma cozinha sólida e versátil. Uma pena que esse bom time não venha rendendo tão bem assim.
O maior problema é destacar músicas que realmente chamem a atenção em meia monotonia de arranjos e timbres, faltam aquele tom híbrido e cativante da primeira era da fase Deris (1994-2001). Mesmo assim a abertura com Heroes levanta bem o clima com grandes riffs, linhas de baixo arrojadas e bons vocais, dai em diante as coisas desandam e mergulham na monotonia, Battle's Won, My God-Given Right pouco ou nada adicionam ao track list, caindo no velho "mais do mesmo".
A reação vem com uma boa dupla de músicas, Russian Roulé reaviva o Helloween com uma boa dose de Hard'N Heavy de primeira, com Deris revivendo o estilo dos tempos de Pink Cream 69, e um instrumental cativante, na sequencia The Swing Of A Fallen World também faz bonito e mostra que existe criatividade dentro da banda, uma faixa épica com arranjos bem montados e melodias espetaculares.
Depois dos acertos, o rumo é perdido com muitas músicas que nada tem a dizer, apenas repetir o que foi feito, e não espero a reinvenção do Metal em um disco do Helloween, mas ao menos criatividade para fazer algo convincente, músicas como Like Everybody Else, Creatures In Heaven e If Gods Loves Rock'N'Roll podiam ser B-sides dos menos inspirados.
As coisas se arrastam até perto do seu final com a certeira You, Still At War em sete minutos inspirados, principalmente nos solos da dupla Gerstner/Weikath, o trabalho termina sem nada horroroso de fato mas muito longe de empolgar, inclusive em relação a discos anteriores da fase atual que possuem momentos melhores.
Está hora do Helloween tirar umas férias e voltar mais inspirados.
My God-Given Right
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My God-Given Right
A Banda
Andi Deris (Vocal)
Michael Weikath (Guitarra)
Sasha Gerstner (Guitarra)
Markus Grosskpof (Baixo)
Dani Loblë (Bateria)
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