27 de ago. de 2015

Test Time Review # 14 - Metalhead (1999)






O Saxon atravessou os anos 90 com muita personalidade, modernizando seu som e investindo cada vez mais no peso abraçou de vez os mercados Europeu, Sulamericano e Asiático em detrimento do mercado norte americano (um mercado que os ingleses fizeram fama e dinheiro no inicio dos anos 80) Discos como Dogs Of War (1995) e Unleash The Beast (1997) já mostravam um pouco do que viria em Metalhead, que até hoje pode ser considerado o disco mais pesado dos caras.

A Banda

Biff Byford (Vocais)
Paul Quinn (Guitarra)
Doug Scarratt (Guitarra)
Nibbs Carter (Baixo)
Fritz Randow (Bateria)

O Contexto

A trajetória crescente dos últimos discos e a nova ascenção do Heavy Metal no fim dos anos 90 levou o quinteto inglês a investir em uma sonoridade ligeiramente diferente do que fizera antes, mesclando a classe do metal britânico, as produções robustas das bandas alemãs (inclusive Fritz Random substituiu Nigel Glocker na bateria devido a problemas de saúde) e algumas afinações mais pesadas criaram uma sonoridade densa, pesada e empolgante.

Metalhead mostrava que os veteranos ainda podiam se arriscar sem perder seu capital criativo, ao contrário dos conterrâneos Iron Maiden e Judas Priest que viviam fases de transição, o Saxon acelerava rumo a uma proposta sonora atual, Byford e Quinn  lideravam a banda rumo sua terceira década com muita classe.

A formação estabilizada gerava frutos e mesmo quem preferia o Saxon mais alinhado ao som oitentista percebia a capacidade da banda em conversar com diversas gerações, ao mesmo tempo que Metalhead  era pesado e denso, os traços da consagrada sonoridade da NWOBHM estavam presentes.

As impressões do passado

Quando a música Metalhead sai dos alto falantes fica fácil de perceber que a banda queria ir adiante, atualizar a sonoridade e se comunicar com uma nova geração de fãs que descobria o Heavy Metal naquela época.

Os grooves pesados do baixo de Nibbs Carter e as batidas secas de Fritz Randow conduzem o disco, as guitarras de Paul Quinn e Doug Scarret alternam climas mais obsucros, grandes riffs e solos poderosos, os grandes arranjos de Conquistador mostram o Saxon clássico nas seis cordas mas com uma cozinha impiedosa.

Biff Byford lidera a banda com vocalizações poderosas e seu estilo inconfundível, impossível não se empolgar com a perfomance em Song Of Evil e na avassaladora All Guns Blazing, uma pedrada up tempo que levanta qualquer show.

Na época alguns fãs estranharam alguns timbres como em Piss Off e Watching You, mas o consenso de público e crítica era bem positivo, todos aplaudiram o Saxon indo além de fórmulas consagradas e buscando novas nuances sonoras.

A épica e emocional Sea Of Life possuí arranjos sensacionais que remetem ao clássico The Eagles Has Landed,  e fecha o trabalho muito bem. 

Todos queriam saber quais seriam os próximos passos dos britânicos.

Como o álbum envelheceu?

O décimo quarto disco da carreira do Saxon é visto até hoje como um dos melhores registros da discografia do conjunto, poucas bandas conseguiram atualizar a sonoridade e mesmo assim manter uma assinatura sonora consagrada, Metalhead é pesado, recheado de afinações baixas e grooves demolidores, sem em nenhum momento deixar de lado as grandes melodias que consagraram toda a geração do Heavy metal dos anos 80.

Toda vez que ouço esse disco, mesmo dezesseis anos após o lançamento, tenho a impressão que esse era o "Saxon do futuro",  a ponte entre passado, presente e futuro foi bem construída e mesmo sendo sensivelmente diferente dos clássicos Power And Glory e Crusader (para dois clássicos) é nítido que a mesma banda, com o mesmo poder de fogo, ainda podia trazer algo novo e atualizado para seus fãs.

Em tempos como os atuais, nos quais o Heavy Metal atravessa uma grande transição e busca novos alicerces sonoros, é muito bom ouvir Metalhead, uma vez que uma imensidão de bandas tentam apresentar algo novo revisitando o velho. 

O Saxon por sua vez, sem se descaracterizar, modernizou seu estilo e mostrou um novo caminho para o som pesado, uma pena que poucas bandas surfaram nessa onda e preferem soar como conjuntos saídos de algum porão sujo dos anos 70.

Se não conhece esse disco, recomendo!


Song Of Evil


All Guns Blazing




Track List

  1. Intro
  2. Metalhead
  3. Are We Travellers In Time
  4. Conquistador
  5. What Goes Around 
  6. Song Of Evil
  7. All Guns Blazing
  8. Prisioner
  9. Piss Off
  10. Watching You
  11. Sea Of Life
Todas as músicas composta por (Byford/Quinn/Scarratt/Carter)


Nenhum comentário: