Nota : 7,5
O retorno do Disturbed foi de certa forma uma surpresa, a banda jamais anunciou sua dissolução mas um hiato de 5 anos e vários projetos paralelos dos membros da banda não indicavam muitas pistas sobre um retorno, até que de forma bem inteligente a banda começou a soltar novos sons e anunciar o disco que já estava pronto e sendo trabalhado em segredo.
Immortalized é uma continuação direta do que a banda vem fazendo desde Ten Thousands Fists (2004) ou seja, um approach de Metal mais clássico combinado com a modernidade enraizada em seu estilo, como na estréia em 2000 no auge do New Metal. Epodemos dizer que a escolha é acertada, pois molda um som bem característico.
Esteticamente as maiores qualidades do Disturbed tais quais os ritmo quebrado, métricas vocais alternando partes declamadas e partes cantadas, riffs pesados e muito groove também se tornaram amarras à criatividade, fazendo com que em algumas passagens remetam demasiadamente aos discos anteriores, porém tudo é muito bem feito.
A intro The Eyes Of Storm é uma bela peça de guitarra, épica que remete ao Megadeth, já Immortalized passa batida em soar um pouco genérica. Por sua vez, a cadenciada The Vengeful One poderia estar no multiplatinado Believe, mas contando com uma bateria cavalar que acelera o ritmo repentinamente, para voltar ao andamento comum, ótima sacada.
A maior diferença da fase atual para o inicio da carreira é a presença constante de grandes melodias e solos das guitarras de Don Donegan, dividindo com o competente vocalista David Draimam o protagonismo das atuações, os bons momentos da cativante Open Your Eyes faz uso de backing vocals bem colocados e um melodia fácil, ótimo trabalho da cozinha de John Moyer e Mike Wengren.
The Light acerta em trazer uma sonoridade mais arejada mas não adiciona muito ao trabalho proposto, What Are you Waitng For escancara os clichês do Disturbed nas métricas vocais e nos grooves, apesar do refrão legal e das batidas up tempo, não sai muito do lugar comum.
Os samplers em You're Mine são ótimos e abrem o espaço para os vocais bem postados de Draimam, a mistura de sons liderados por Don Donegan são interessantes, além do ótimo solo, um bom sopro de novidades combinado com a nostalgia do experimental e ainda genial The Sickness (2000), ponto para o Disturbed.
O disco vai bem, sem surpreender de fato, mas mostrando vitalidade como a intrincada Who, a bateria pesada e vigorosa Fire It Up vale a música e a versão correta de The Sound Of Silence de Paul Simon explora nuances sonoras mais melancólicas e samplers de orquestras. Never Wrong apresenta o início da carreira do Disturbed aos novos fãs, vocais declamados, grooves do baixo pesadíssimos e muitos efeitos das guitarras.
Em linhas gerais Immortalized é um bom disco de Heavy Metal, talvez o excesso de composições deixou o material um pouco inflado mas nada que prejudique de fato a audição, pelo contrário.
O retorno do Disturbed faz bem a cena, é uma banda popular que pode levantar a bandeira da música pesada. Confiram que a diversão é garantida.
The Vengeful One
Immortalized (2015)
Ouça no Spotify
A Banda
David Draiman (Vocais)
Don Donegan (Guitarras e Samplers)
John Moyer (Baixo)
Mike Wengren (Bateria)
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