9 de ago. de 2015

Hibria - Hibria





Nota: 9,00

O Hibria é uma realidade dentro da música pesada mundial, uma banda que consegue se destacar em um cenário adverso, saturado, marginalizado que é a cena de Metal aqui no Brasil, os gaúchos possuem uma identidade musical latente, talento e profissionalismo, uma combinação que transforma o quinteto em uma das maiores forças do Power Metal.

Em sua nova empreitada, intitulada de Hibria, os caras consolidaram um estilo que vem se desenhando de forma mais acentuada desde os ótimos Blind Ride (2011) e Silente Revenge (2013), ou seja, é um som pesado, calcado na velocidade e no peso, refrães marcantes e guitarras ferozes, tudo isso envolto a vocalizações certeiras e uma cozinha que é hoje uma das melhores do estilo.

A responsabilidade de entregar um disco a altura dos dois anteriores fez a banda dar um passo um pouco mais ousado, adicionando mais elementos jazzisticos e vocais diferentes como a parceira excelente entre Iuri Sanson e o baixista Benhur Lima na excelente faixa de abertura, Pain.

A dupla de guitarras Renato Osório e Abel Camargo se mantém fiel a proposta que norteou o som do Hibria desde o inicio, um meio termo bem acertado entre riffs bem construídos e pesados, harmonias discretas e solos virtuosos, as porradas Abyss e Tightrope evidenciam essas características e mostram porque o  trabalho em conjunto fala alto.

O amadurecimento traz mudanças sonoras, mesmo que singelas, fica perceptível uma banda soando mais direta e trazendo uma maior carga de interpretação vocal, Iuri entrega de fato sua perfomance definitiva, nem tanto por fazer malabarismos vocais mas sim por incorporar as letras com muita convicção e talento. Life é um groove metal com linhas vocais espetaculares, cadenciada, com ótimos arranjos de fundos orquestrados e um belo refrão.

Ghosts, uma das melhores do play,  é um simbolo de como o Hibria atinge seu auge musical, guitarras dissonantes, melodia cativante e um show a parte da bateria de Baldo, que sabe encaixar suas viradas e dosar cada batida de forma certa, Legacy é direta e grosseira, trazendo uma bem vinda influência de Pantera. Ashamed é toda levada pelo baixo de Benhur, grooveada e lotada de influências jazzisticas, um momento grandioso que abre espaço para as guitarras ferozes de Osório e Camargo numa reviravolta Thrash/Neoclássica, uma mistura surpreendente.

Uma viagem aos discos anteriores, Church é simplesmente Hibria, direta veloz, recheada de punch e técnica, mais uma vez Iuri e Benhur fazem uma dobradinha vencedora com bons contrapontos vocais, em Fame, Iuri divide os vocais com Mia Coldheart (do Crucified Barbara) em um momento mais cadenciado e acessível, Words fecha o track list regular opondo velocidade e momentos cadenciados com um belo arranjo das guitarras.


O quinto disco do Hibria acerta justamente em ousar, não querer repetir uma fórmula, apesar de manter seu estilo ainda intacto, e tudo isso é perfeitamente compreensível, a banda já fez 10 anos, vem galgando degraus importantes e precisa se mostrar ousada, o único porém ficou por conta de alguns timbres e o volume de alguns instrumentos que sofre uma oscilação sensível, nada que desabone o disco, mas o distancia da perfeição.

Simplesmente comprem, um disco ousado e bem sucedido.




Pain




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A Banda

Iuri Sanson (Vocal)
Abel Camargo (Guitarra)
Renato Osorio (Guitarra)
Benhur Lima (Baixo e Vocais)
Eduardo Baldo (Bateria)


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