31 de jul. de 2013

Masterplan - Novum Initium

Os últimos anos foram MUITO difíceis para o Masterplan, depois de um hiato de 3 anos a banda capitaneada por Roland Grapow (ex-Helloween), volta a ativa, cheia de novidades, em busca de estabilidade. Com novos integrantes, a banda lança seu quinto disco de estúdio, Novum Initium (é, o título é condizente a proposta), com muitas novidades, que será esmiuçado no review a seguir:

P.S.: Ah sim, só ratificando, meus reviews são cheios de parênteses, com informações/opiniões adicionais.



Projeto ou Banda?

Desde 2007, com o "MKII" e sua curta turnê que há essa dúvida entre os entusiastas da banda, mas é preciso conhecer os fatos pra entender o que se passou com a banda que vinha em uma crescente absurda, porém, que em seguida, sofreu com várias perdas. Mostra um Masterplan bem diferente do que os f'ãs conheciam, devido a saída de Jorn Lande (vocalista original da banda), e Uli Kusch (baterista, e um dos principais compositores), este último, junto com Roland Grapow formaram o Masterplan.

Foi-se alegado para saída de ambos os integrantes: Jorn Lande queria um som mais próximo de seu trabalho solo, algo mais simples, direto, Algo que ele pudesse cantar ao vivo no futuro, Grapow cita diferenças musicais como motivo da saída do vocalista.

Já Kusch, segundo Roland Grapow, estava falando demais em dinheiro ... em seguida, o baterista forma o Ride The Sky, com uma sonoridade parecida com o Aeronautics, álbum de 2005.

Este material (MKII, Mark II, referência aos "marks" do Deep Purple) possui 2 novos integrantes, Mike DiMeo (ex-Riot, ex-The Lizards) e Mike Terrana (ex-Rage, ex-Axel Rudi Pell, atual membro do trabalho solo de Tarja Turunen). Enfim, o disco teve uma curta turnê com o Saxon, e em seguida entrou em "parafuso"... sem turnê e sem informações.

Passaram 2 anos, até que em 2009, Mike DiMeo, através de seu MySpace diz que não faz mais parte do Masterplan, tempos depois Grapow cita que a banda não funcionou ao vivo com ele. Em paralelo, Mike Terrana continua tocando com trocentas bandas e projetos. Ainda assim, o ano não foi de "todo" improdutivo, em julho foi anunciado oficialmente (depois de meses de rumores), a volta de seu vocalista original, o norueguês Jorn Lande! Estaria a banda enfim voltando aos trilhos, então?

Foto do anuncio da volta de Jorn Lande ao Masterplan. 



... só que não.

A banda lança seu quarto disco, Time To Be King em 2010, com toda "pompa" de "ÔÔÔ, o Jorn voltôô". O material do disco em si é claramente direcionado para volta do vocalista, que anteriormente alegara que o som do Masterplan estava complexo demais, então, foi feito um material ainda melódico, porém BASTANTE cru e direto para as linhas que o grupo fazia.

Mesmo com a boa recepção do disco, nada de informações de shows, festivais, turnê... Ao mesmo tempo, Mike Terrana continua em turnê com Tarja, e Jorn Lande lança um álbum tributo ao Dio (Legal lançar um disco homenageando alguém que morreu meses antes, não?), o terceiro disco do Allen/Lande, além do disco duplo com o Avantasia (fazendo tour com este último). Aparentemente Masterplan era algo secundário para tais membros e foi por tais motivos que em 2012...:

Novo "Recomeço"

... É infomado, através da AFM records, que a banda sofreu 3 baixas, e que anunciariam em sua fanpage, os novos integrantes (ironicamente, eu acompanhei, e acertei quem seria o vocalista, quando falaram que ele era sueco). Vamos as baixas/substitutos:

Rick Altzi, vocalista do At Vance, tem um timbre de voz que lembra o Jorn Lande (para alguns, soa como cópia), vem ganhando notoriedade com trabalhos com o Thunderstone e Herman Frank, além do próprio At Vance. (Preciso dizer que ele entrou no lugar do Jorn Lande?)

Jari Kainulainen, ex-baixista do Stratovarius, entra no lugar de Jan S. Eckert, baixista original, que saiu do Masterplan, creio eu, devido a inatividade da banda, e oportunidade de voltar ao Iron Savior.

Martin "Marthus" Skaroupka, atual baterista do Cradle Of Filth (eita!), entra no lugar de Mike Terrana, que continua a fazer tour com a Tarja (.... desde 2008 isso).

Em ordem: Jari Kainulainen, Marthus Skaroupka, Rick Altizi, Roland Grapow e Axel Mackenrott.


Com apenas 2 integrantes originais (Roland Grapow e Axel Mackenrott), o que esperar do NOVO Masterplan? É o que conheceremos a seguir:



1. Per Aspera Ad Astra
2. The Game
3. Keep Your Dream Alive ***
4. Black Night Of Magic
5. Betrayal
6. No Escape
7. Pray On My Soul
8. Earth Is Going Down
9. Return From Avalon
10. Through Your Eyes
11. Novum Initium
12. 1492 (Bonus Track)
13. Fear The Silence (Bonus track) 

Todas as músicas compostas por Rick Altzi, Roland Grapow e Axel Mackenrott. 
*** Colaboração de Erik Lidbom



O disco em si.

Costumeiramente a banda não costuma utilizar intros, mas neste e no MKII (além do EP de Lost And Gone), o disco começa com "Per Aspera Ad Astra" que apresenta DE cara o Marthus "chutando o pau da barraca" ... junto com a guitarra de Grapow... os arranjos orquestrados dão o clima.

"The Game" é uma música já conhecida, pra quem acompanhou o "lyric video" da banda (hahahahah, sedento por informações novas do Masterplan), e bom ...que porrada! Distorção, bumbos duplos, letra positiva, por sinal, Rick manda muito bem nessa! ... Mas o que mais me chamou atenção são os trabalhos de guitarra nela, ora melódica, ora sujeira/distorção.

O disco segue com "Keep Your Dream Alive", single do disco, que possui videoclipe e tudo. Se na primeira música, o teclado fica meio de lado, nessa Mackenrott praticamente a carrega, aliás, desde a saída de Uli, que Axel vem suprindo a ausencia do antigo baterista no sentido de composição. E mostra-se ser o "diferencial" do Masterplan, algo que caracterize a banda. Também deve-se considerar a base totalmente de distorção que acompanha a bateria/baixo, enquanto Axel segue com a parte melódica. Outra coisa bem bacana, são as viradinhas de tempos da bateria, que a guitarra de Grapow acompanha. Remete a época de Grapow/Uli no Helloween.

Seria um "remake" de Kind Hearted Light? Não, é "Black Night Of Magic", que nos leva diretamente ao debult (primeiro disco da banda, de 2003)... a música segue PESADA (principalmente seu riff, que é distorção pura). Destaque para os teclados (que seguram a parte melódica da música) e a bateria (rápida, cadenceada, variada). Outras coisas a salutar, é o baixo bem presente (eita,no Masterplan? Sim! ...).

O disco segue com "Betrayal", uma música surpreendente, e uma das melhores do disco. A começar pela intro feita em uma citara, além de outras partes com tal arranjo (Roland Grapow indiano?), porém a música é EXTREMAMENTE pesada. Distorção forte, melódica, solo incrível! Provavelmente um possível novo "clássico" da banda. Rick manda muito bem nela, com overdub no final e tudo! Enfim, a música é ousada e funciona.

"No Escape" já começa chutando tudo, pesada, bumbo duplo e teclado! ... Porém "esconde" uma música cadenceada, ainda assim MUITO pesada. Mathus surpreende nela por abusar de contratempos. Com as guitarras de Grapow acompanhando a bateria  (e com uma absurda dose de distorção). Solo incrível (este, melódico e sensacional). Parece ser uma premissa do disco. Riffs sujos, solos melódicos. Um destaque que pode passar despercebido, são os teclados. Os arranjos dele são sutis, porém quando você os percebe, dá MUITO crédito ao Axel Mackenrot.

Com um clima sombrio, "Pray On My Soul" tem uma intro com baixo (eita), bateria e teclado. Em seguida entra uma guitarra melódica ... quando a música "quebra" e fica com uma pegada de hard rock. Refrão grudento, boa música. Tem um "quê" de Aeronautics.

Violoncelos e muita distorção, "Earth Is Going Down" tem uma bela intro, porém, o andamento dela é totalmente diferente, hard rock que lembra "Headbanger's Ballroom" (música do Aeronautics,de 2005). Os arranjos com violoncelo e teclado dão um belo clima à música.

O que dizer de "Return From Avalon"? É o mais próximo de Helloween que o Masterplan chegou. Refrão grudento, clima de Power Metal, a melodia da música é bacana, mas achei a música bem clichê. O ponto alto dela é justamente o solo. Roland Grapow voltando a tocar sua famosa STRATOCASTER. Além da volta do shreds. (mais motivos pra lembrar de Helloween).

Estava faltando uma balada pro disco, não? Justamente "Through Your Eyes" é ela. Bela música. Tem um clima oitentista, até meio AOR.

Enfim, chegamos a música "Épica". A música que dá nome ao disco, "Novum Initium" começa com uma intro de piano (primeira impressão, lembra Savatage). Segue com uma "introdução" dos músicos, na sua primeira passagem, há espaço para ouvir de forma "individual": Piano, baixo e guitarra, com o instrumento de corda de Axel carregando a música (sim, piano é um instrumento de corda).

Mas, peraí... 2 vocalistas? Sim, Rick Altzi e Roland Grapow dividem os vocais, inclusive variando os vocais (ironicamente, e principalmente o Roland Grapow).

A música tem um "quê" progressivo (que nem as músicas épicas do Masterplan nos discos anteriores). Todos os instrumentos funcionam nela, a música é praticamente "carregada" por Axel, mas todos os outros membros participam ativamente. Outro destaque é que a letra é muito boa, além do refrão grudento.

Por sinal, levo a crer que parte das letras cantadas por Roland Grapow (aliás, a letra dessa é dele com o Rick Altizi), tem a ver com os acontecimentos da banda, citados no começo da resenha. Enfim, baita música!

Na versão digipack do disco, há 2 bônus tracks:

"1492", Cadenceada, meio hard rock, com arranjos mais pomposos (serviço de Axel Mackenrot), bom refrão, boa música.

"Fear The Silence", mais uma música hard, semi-balada. Ainda assim, não acrescenta, nem diminui o material do disco.



Resumo da Ópera

Se a vontade de Roland Grapow era um recomeço, ele conseguiu. Ao contrário do disco anterior que me passou uma certa sensação de apatia, este mostra uma banda revigorada, com vontade, entrosada, querendo "mostrar serviço"!

Outra coisa interessante (e que foi discutido com o Julião), é que esse disco superficialmente pode ser passado como "Power Metal clichê", porém, se você ouvir ele com atenção nos detalhes, vai perceber MUITOS elementos interessantes, e que agregam valor ao material. Reconhecer "fases" da banda em determinadas faixas, além de claro, elementos progressivos e arranjos bem feitos.

Falando em Grapow, soltou um arsenal de riffs e solos (riffs em sua maioria sujos, distorção, e solos melódicos), fazendo algo novo em sua carreira. Não tem como não considerar o principal destaque individual do disco. A grande surpresa são as linhas de bateria, se havia alguém "reticente" com a entrada de um baterista de metal extremo/black como o "Marthus", não é preciso "preocupar-se", cumpre MUITO bem seu papel com uma bateria extremamente rápida quando necessário (o esperado pra quem toca no Cradle, não?), porém, sabe cadencear, subir e descer tom, quebrar tempo, enfim, encaixou-se perfeitamente na banda!

Rick Altzi cumpre bem seu papel como vocalista, consegue fugir de aparentar ser um "step" do Jorn, usando e abusando de seu vocal rouco, além de algumas notas altas. Não foi destaque, mas a tendência é que nos próximos álbuns se solte ainda mais. Jari mostra uma linha de baixo nova ao Masterplan, mais presente e mais alta, porém, ainda discreta. Pra finalizar, Axel, como foi dito durante o review, é o "diferencial" do Masterplan, seus arranjos conseguem agregar MUITO valor ao produto final.

Que venha a tour, e que passem aqui pelo Brasil (previsão de tour para America Latina ano que vem)!


30 de jul. de 2013

Queensrÿche - Queensrÿche





Nota: 8,5

O maior desafio de quem gosta de escrever sobre música  é soar imparcial ao fazer uma resenha de um lançamento de uma de  suas bandas favoritas sem soar demasiadamente fanático, pois bem é hora de encarar tal desafio, estou aqui para resenhar o mais novo registro do Queensrÿche, o álbum auto intitulado que marca grandes mudanças no front do quinteto de Seattle.

Desde que Geoff Tate foi despedido muitos fãs colocaram em xeque a capacidade da banda em se reorganizar e principalmente entregar um registro que representasse sua essência, uma vez que American Soldier e Dedicated To Chaos, os dois últimos registros da banda, representavam quase que um trabalho solo de Geoff Tate, contando com compositores de fora da banda gerando uma enorme controvérsia.

Quando tudo parecia perdido Todd LaTorre apareceu como o substituto ideal, o vocalista possuí um timbre que se encaixa no estilo do Queensrÿche e mesmo com uma óbvia influência de Geoff Tate, traz muita personalidade e mostra características diferenciadas como drives agressivos em sua voz, o aproximando de Bruce Dickinson e Rob Halford.

A expectativa por um grande disco era enorme, vários teasers do álbum foram divulgados antes do lançamento e confirmavam que um dos maiores nomes da cena estava realmente de volta, o Queesnrÿche parecia resgatar sua credibilidade.

Mesmo assim a os fãs esperavam para conferir o material completo, e felizmente as expectativas foram atingidas, a mescla de Hard Rock, Heavy Metal com toques progressivos dá o tom no album, tendo como pilar criativo Scott Rockenfield, Michael Wilton e Todd Latorre o Queensrÿche retoma a sonoridade da era Rage For Order e Operation: Mindcrime, um alento aos fãs que sonhavam com isso faz bons anos.

O trabalho é curto, direto, mas muito bem estruturado,  as guitarras de Parker Lundgren e Michael Wilton estão afiadas, mostrando um entrosamento até certo ponto surpreendente, fato que não ocorria desde a saída de Chris DeGarmo, Scott Rockenfield é um dos melhores bateristas do estilo e Eddie Jackson é um baixista que cria suas linhas de forma fluente e melódica, Todd LaTorre mostra força nas notas altas e uma boa levada no médios, é versátil e talentoso.

A atmosferica introdução X2 imenda com uma grande surpresa, Where Dreams Go To Die , é uma das melhores canções do álbum e para a surpresa de muitos é uma composição de Parker Lundgren, uma power ballad, com forte presença da bateria precisa de Rockenfield, e claro as harmonias das guitarras criando arranjos interessantes, tudo amarrado a um poderoso refrão, o Queensrÿche está realmente de volta.

A progressiva Spore poderia estar em Rage For Order, entretanto já mostra um caminho novo, mais progressiva e um pouco mais pesada que o habitual, tendo nos vocais de LaTorre um ponto alto, cantando linhas complexas.

In This Light nos transporta para a fase de ouro dos caras, uma semi balada Hard Rock, com uma grande letra e excelentes melodias como fizeram em Empire, os arranjos de teclados ao fundo e a linha de baixo de Eddie Jackson reforçam essa impressão. Um grande momento sem dúvidas.

Redemption foi a primeira faixa liberada antes do lançamento, é a ponte entre o passado e o futuro do Queensrÿche, com  vocais que hora remetem a Geoff Tate hora Rob Halford, é uma música com um acento mais moderno e progressivo. Vindication é simplesmente Heavy Metal, soando atual, furiosa, mais uma perfomance instrumental arrasadora,  mais um show de Scott Rockenfield.

Midnight Lullaby é a intro para a atmosférica e sombria World Without, os excelentes arranjos orquestrais, o clima sombrio e as vocalizações melancólicas de LaTorre nos transportam aos momentos mais obscuros de Operation : Mindcrime,  Don't Look Back retoma o lado Hard/Heavy de Queensrÿche com riffs e solos da dupla Wilton/Lundgren Fallout segue a mesma linha, foi o primeiro single, é empolgante e levanta o ouvinte com backing vocals bem colocados e um solo certeiro de Wilton.

Para fechar, Open Road é uma balada épica que honra o legado de clássicos como I Will Remember,  e aqui Todd LaTorre brilha novamente com as melhores linhas vocais do álbum, mais uma vez encontramos samples orquestrais ao fundo, criando uma atmosfera épica indefectível.

Uma pequena ressalva fica por conta da mixagem, com muita compressão gera alguns ruídos e estouros de timbres os quais podem prejudicar ouvintes que tenham ouvidos mais críticos e equipamentos de maior fidelidade

Queensrÿche é um álbum sombrio, pesado e intenso, resgata o passado mas abre as portas para o futuro que após o fiasco de Dedicated To Chaos parecia incerto e desastroso. É muito bom ouvir esses caras em grande forma novamente.

Redemption



Fallout





Queensrÿche (2013)

01. X2 (Scott Rockenfield)
02. Where Dreams Go To Die (Parker Lundgren, Todd LaTorre, Michael Wilton)
03. Spore (Rockenfield, LaTorre, Eddie Jackson)
04. In This Light (Rockenfiled, Jackson)
05. Redemption (Wilton, LaTorre, Rockenfield)
06. Vindication (Wilton, LaTorre, Rockenfield)
07. Midnight Lullaby (Rockenfield, LaTorre)
08. World Without ( Rockenfield, LaTorre, Wilton)
09. Don't Look Back (Wilton, LaTorre)
10. Fallout  (Rockenfield, Jackson)
11. Open Road (Rockenfield, LaTorre, Wilton)

Bonus Track

12. Queen Of The Reich (live, iTunes Version)
13. Enforce (live, iTunes Version)


Produzindo por James "Jimbo" Barton

A Banda

Todd LaTorre (Vocais)
Michael Wilton (Guitarra)
Scott Rockenfield (Bateria e Teclados e Arranjos Orquestrados)
Eddie Jackson (Baixo e Backing Vocals)
Parker Lundgren (Guitarra e Backing Vocals)


29 de jul. de 2013

UFC ON FOX 8 - A versatilidade de Demetrious Johnson



O UFC ON FOX 8 teve como luta principal a disputa dos títulos dos pesos moscas, Demetrious Johnson defendeu seu cinturão contra John Moraga. Como é comum em luta dos pesos mais leves tivemos uma luta mais longa, mas longe de ser equilibrada, Johnson dominou Moraga durante os 5 Rounds, imprimindo uma estratégia inteligente.

Nos 3 primeiros rounds, o campeão frustou o desafiante, se deslocando, batendo e saindo sem deixar que a maior envergadura de Moraga fizesse diferença, o bom wrestling defensivo de Johnson também foi eficaz frustrando as tentativas de queda, caindo por cima e passando a guarda.

Nos dois últimos rounds, Johnson apertou o ritmo, e golpeando com mais efetividade fez Moraga se expor a receber golpes e quedas, no quinto round, o campeão caiu por cima e deu uma aula de Jiu Jitsu ao desafiante, chegando a montada atacou um justo armlock, Moraga se defendeu parcialmente, invertendo a posição, mas seu braço continuou encaixado, mesmo por baixo, Johnson conseguiu a finalização em grande estilo.

Posição estava encaixada

No Momento da exato da finalização.



Ao que tudo indica Johnson continuará como campeão dos pesos moscas do UFC por um bom tempo.


Jake Ellenberger e Rory MacDonald protagonizaram uma luta fraca, sem emoção, na qual MacDonald saiu vitorioso na decisão do juízes.

Robbie Lawler manteve seu favoritismo e fama de nocauteador ao demolir Bobby Voelker no segundo round.

Mais uma joelhada voadora para Lawler

Desta vez anotei 100% dos palpites, que venha o UFC no Rio de Janeiro semana que vem!

Resultado dos palpites: 4 Acertos (Carmouche, Lawler, MacDonald e Demetrious Johnson) 0 Erros.
Placar Geral: 51 Acertos e 29 Erros =  63,7% de Acerto


26 de jul. de 2013

Palpites UFC ON FOX 8 - Johnson x Moraga





O UFC vai para a chuvosa Seattle para mais uma disputa de cinturão, dessa vez no peso mosca, Demetrius Johnson defende sua hegemonia contra John Moraga. Um bom evento que, mesmo sem medalhões da organização pode surpreender devido aos bons lutadores.

Como sempre segue meus palpites para o card principal do evento!


Liz Carmouche (8-3) x Jéssica Andrade (9-2)

Confesso que não acompanho muito MMA feminino, e não conheço bem Jessica Andrade, Carmouche quase finalizou Romda Rousey e se mostrou perigosa. Palpite: Carmouche vence.

Robbie Lawler (20-9) x Bobby Voelker (24-9)

Uma luta interessante nos meio médios, Lawler, conhecido por seu poder de nocaute, surpreendeu em sua volta ao UFC e nocauteou Josh Koscheck. Voelker também é trocador e agressivo, essa luta promete levantar o público. Lawler tem experiência suficiente para controlar a luta, e defini-la, entretanto não pode vacilar. Palpite: Lawler vence.

Rory MacDonald (14-1) x Jake Ellenberger (29-6)

Dois tops da categoria dos pesos meio médios, MacDonald está a um passo de uma luta pelo cinturão, Ellenberger pode chegar ao topo rapidamente, MacDonald tem uma trocação afiada, boa envergadura, e versáti, Ellenberger vai usar seu wrestling e seu poder de nocaute para surpreender, luta equilibrada. Palpite: MacDonald vence.

Demetrious Johnson (17-2) x John Moraga (13-1)

Johnson é muito rápido, difícil de acertar e sabe controlar bem as lutas, Moraga é mais agressivo, e já mostrou que é bom em finalizações, combate equilibrado, mas acredito que Johnson vai controlar o ritmo, e mesmo sendo menor, pode atrapalhar seu adversário sem permitir que esse controle a distância. Palpite: Johnson vence.

7 de jul. de 2013

UFC 162 - A Queda de Anderson SIlva


Após cada edição do UFC  coloco os resultados dos meus palpites e uma breve análise das lutas principais, entretanto hoje teremos um post diferente.

Dia 06 de Julho de 2013 vai ficar marcado como um dia histórico no MMA, o dia em que Anderson Silva foi derrotado de maneira vexatória an luta contra Chris Weidman pelo título dos pesos médios do UFC. 

É importante compreender a dinâmica  das artes marciais em geral para entender o que ocorre dentro de uma competição de nível tão alto como é o UFC hoje em dia. Analisar resultados de um único combate pode trazer impressões que não condizem com os fatos, principalmente quando falamos de Anderson Silva, o maior lutador de MMA da história até 2013.

O brasileiro foi durante 7 anos um lutador praticamente imbatível,  dotado de uma técnica extraordinária combinado com uma condição atlética e mental invejável ele é o modelo de lutador quase perfeito, ousado, forte, ágil e criativo, ele  massacrou Rich Franklin quando lutou pelo título em 2006, muito antes da explosão do UFC por aqui, e ao tomar seu cinturão impôs uma dinastia impressionante, entretanto ele tem um inimigo que apareceu novamente na noite de ontem, seu ego.

Sim, Anderson Silva é humano, tem suas crises emocionais e claro vaidade, todo campeão é vaidoso, ainda mais quando não encontra desafios, ele já havia amargado uma derrota similar em 2004 para Ryo Chonan no extinto Pride, após um massacre de 10 minutos ele resolveu brincar com a mente de seu adversário,  tomou uma tesoura combinada com chave de tornozelo impressionante, sendo finalizado, muitos pensavam que isso não se repetiria...até ontem.

Chris Weidman é uma promessa, um lutador competente, campeão em todas as divisões do wrestling amador americano, muito bem versado em Jiu Jitsu (treina com Renzo Gracie e Mat Serra em NY) ele tinha uma missão, derrubar o maior lutador do UFC para isso teria que vencer seu próprio medo e ansiedade para enfim bater seu adversário. Seria ele  mais um  de uma dezena de lutadores condecorados que  tentaram  o mesmo feito mas  acabaram todos  humilhados, nocauteados ou finalizados?

Anderson Silva e Chris Weidman eram exatamente os opostos, um veterano,  vitorioso, campeão milionário, imbatível, o outro, jovem, cercado de desconfianças, teve sua casa quase destruída pelo furacão Sandy, e vinha de uma lesão no ombro que o afastou do cage por muitos meses. Obviamente seria demais pensar numa zebra, entretanto Weidman e sua equipe queriam escrever um novo capítulo na história do MMA.

A Luta

Provocações....

... respostas....


"Medo corta mais profundamente que espadas" Essa frase que retirei do livro "As Crônicas de Gelo e Fogo" (mais conhecido pelo seriado Game of Thrones) explica bem o que aconteceu ontem. Weidman não poderia temer Anderson Silva, se não estaria arruinado quando a porta do cage se fechasse, Anderson por sua vez não poderia ter medo de perder sua invencibilidade dentro do evento.

O Americano traçou o plano certo, e logo no primeiro round conseguiu quedar Anderson, colocar seu efetivo wrestling em jogo e aplicar cotoveladas e socos que entravam com pressão, o campeão se defendeu relativamente bem, mas quando Weidman aplicou uma leg lock as coisas se complicaram, Weidman tem um Jiu Jitsu justo e fez o brasileiro suar para escapar de um finalização no primeiro round.

O brasileiro se levantou e impôs seu jogo psicológico, de guarda baixa desferia chutes, e provocava o desafiante que sentiu a pressão e começou a entregar a luta aos poucos, até que o gongo soou e o americano teve tempo de colocar seu emocional no lugar.

Anderson Silva abusou, mesmo perdendo o primeiro round, saiu ganhando na guerra psicológica, mas no fundo ele sabia que Weidman poderia derrubá-lo e castigá-lo novamente, então tentava a todo custo tirar o americano do foco, provocando, baixando sua guarda se movimentando para esperar o momento certo para golpear e acabar com a luta rapidamente, entretanto, o medo fez ele errar, o americano ignorou o jogo mental e com uma seqüência de socos desmontou o campeão que pecou por não atacar temendo ser derrubado, amassado e finalizado.

Já escrevi anteriormente, como qualquer ser humano, competidor e vencedor Anderson Silva tem fraquezas comete erros e pode ser traído por sua mente (ele tem 38 anos, vive para treinar e com certeza já demonstra certo cansaço dessa rotina), ontem sua maior força virou fraqueza, ao menosprezar o desafiante ele criou um novo campeão, que esperou sua vida inteira por esse momento, como o próprio fez contra Rich Franklin em 2006.

Armação? Luta arranjada? tudo isso é criação da cabeça dos fãs que decepcionados com a atuação pífia de um gênio deixam suas emoções falarem mais alto, alguns brasileiros não acreditam na competição e sim na vitória, acham que seus ídolos são invencíveis, imunes a ataques e que nunca erram, pois é, bem vindos ao mundo das artes marciais, uma luta é como um duelo de espadas entre Samurais do Japão feudal, quem for atingido primeiro pode acabar morto.


Chris Weidman é o novo campeão peso médio do UFC, que venha os próximos eventos!


Resultado dos palpites: 2 Erros (Tim Kennedy e Chris Weidman)  3 Acertos (Cub Swanson, Mark Muñoz e Frankie Edgar)
Placar Geral: 47 Acertos e 29 Erros =  62% de Acerto






4 de jul. de 2013

Palpites UFC 162 - Silva x Weidman





Após uma pausa dos eventos por duas semanas, o UFC volta a Las Vegas para mais um grande evento, na semana da independência americana, Anderson Silva defende seu cinturão dos pesos médios contra Chirs Weidman, ainda teremos Roger Gracie estreando no UFC, e o ex campeão dos leves Frankie Edgar enfrenta Charles Oliveira, o final de semana promete!


Como sempre, vamos aos palpites do card principal do UFC 162


Dennis Siver vs. Cub Swanson

Um bom duelo na categoria dos pesos penas, Swanson vem em alta e quer uma  revanche contra José Aldo, e Siver quer avançar na categoria, luta dura, dois bons atletas! Palpite:  Swanson vence.

Tim Boetsch vs. Mark Munoz

Uma Incógnita, dois lutadores  que figuram no top 10 da categoria dos pesos médios, Munoz seria favorito se não estivesse tanto tempo parado, Boetsch é duro e pode surpreender, combate sem favoritos. Palpite: Munoz vence

Roger Gracie vs. Tim Kennedy

Roger Gracie é o melhor lutador de Jiu Jitsu dos últimos anos, e aos poucos vai se firmando no MMA, Tim Kennedy é duro e pode complicar se manter a luta em pé, mas acredito na estratégia do Gracie de embolar e trabalhar seu jogo de chão. Palpite: Roger Gracie vence por finalização.

Frankie Edgar vs. Charles 'do Bronx' Oliveira

Vamos aos fatos Edgar é mais experiente e duro que Charles que apesar do talento ainda não se firmou como um possível desafiante ao cinturão dos pesos penas,  Edgar é favorito. Palpite: Frankie Edgar vence.

Anderson Silva vs. Chris Weidman

Mesmo sabendo que Weidman é um dos oponentes com o pior jogo para Anderson Silva, fica complicado apostar contra o campeão, que mesmo aos 37 anos ainda pode reinar por mais alguns anos, longe de ser uma luta fácil, Weidman terá que enfrentar um dos atletas mais imprevisíveis do MMA. Weidman pode complicar se levar o brasileiro para o chão, além de excelente wrestler, o americano tem um jiu jitsu afiado. Palpite: Anderson Silva vence por nocaute.